Argentina está em "calote virtual", diz o presidente Fernández
Alberto Fernández obteve a lei de emergência econômica aprovada pelo Congresso no sábado (21)
Foto: Reprodução/ América TV
O presidente argentino, Alberto Fernández, afirmou no domingo (22) que o país não pode pagar os vencimentos de sua dívida e fez uma comparação da situação com a de 2001, quando a Argentina se declarou em default (calote) na pior crise da história mais recente.
"Não é igual a 2001, mas é parecido. Naquele momento tínhamos 57% de pobreza, hoje temos 41% de pobres. Tínhamos uma dívida em default, hoje estamos em virtual default", disse em uma entrevista ao canal América TV.
Na última sexta-feira (20), o governo adiou de modo unilateral até agosto o pagamento de quase US$ 9 bilhões de vencimentos, que teve como consequência o rebaixamento da nota de sua dívida pelas agências de classificação de risco Fitch e S&P, que consideraram o país em default seletivo.
Alberto Fernández obteve no sábado o apoio político do Congresso, após a aprovação de uma lei de emergência econômica que entrará em vigor nesta segunda-feira (23).
Essa lei inclui o aumento de impostos para as classes alta e média, benefícios sociais para os setores carentes e uma tarifa de 30% para a compra e gastos em divisas, entre outros pontos. Fernandez manteve a limitação da compra de moeda a US$ 200 por mês, por pessoa, imposta por Macri em agosto.
A dívida é calculada em US$ 330 bilhões, o que inclui desembolsos do FMI por US$ 44 bilhões.