Assessor Parlamentar é preso em Roraima após ser encontrado com R$ 700 mil que seria fruto de ataque hacker a instituições financeiras
Polícia Federal identificou depósito de R$ 2,4 milhões na poupança do assessor e suspeitaram de relação com ataque cibernético

Foto: Reprodução/Polícia Federal
Um assessor parlamentar, identificado como Jackson Renei Aquino de Souza, foi preso em flagrante pela Polícia Federal (PF) por lavagem de dinheiro, após ser flagrado com R$ 700 mil em espécie que teria sido originado do ataque hacker que desviou milhões de instituições financeiras.
O assessor, que também atua como corretor de imóveis, foi abordado e preso na segunda-feira (21) ao sair de uma agência bancária. Na terça-feira (22) passou por audiência de custódia e teve prisão alterada para preventiva.
A PF recebeu um alerta da Coordenação de Repressão a Fraudes Bancárias Eletrônicas sobre um saque de R$ 1 milhão agendado pelo assessor na segunda. Durante as investigações, foi identificado que o Jackson recebeu o valor de R$ 2,4 milhões, que seria originado do ataque hacker.
A PF detalhou que, segundo rastreamento do Banco Central, o valor total recebido pelo assessor teria sido enviado de duas empresas envolvidas no ataque cibernético. Em um dos depósitos teria sido enviado o valor de R$ 1,85 milhão, enquanto a segunda transferência teria depositado R$ 600 mil na conta dele.
O assessor relatou à polícia que não sabia da situação ilegal dos valores e que acreditava que os recursos teriam sido depositados por um garimpeiro venezuelano que negociava uma fazenda em Roraima. Ele explicou que a operação era intermediada por outro homem e o valor depositado na própria conta dele por conta de uma promessa de lucro na transação.
A PF considerou que a explicação do assessor não é plausível, principalmente por conta do homem também atuar como corretor e entender os trâmites da negociação. Segundo a corporação, o homem alega ignorância como forma de remover a responsabilidade sob o crime, embora tivesse ciência sobre as transações irregulares.
Além dos R$ 700 mil, a polícia ainda apreendeu um carro do assessor. O homem segue preso preventivamente e responde pelo crime.
O deputado estadual Neto Loureiro (PMB), que era assessorado por Jackson, relatou que o acusado estava de férias durante a execução dos crimes e que não compactua com as ações do homem.
O parlamentar ainda informou que estão sendo adotadas as providências administrativas cabíveis para o desligamento dele.
Confira nota publicada pela Assembleia Legislativa de Roraima:
"A Assembleia Legislativa de Roraima informa que o servidor citado encontra-se em período de usufruto de férias, de 1° a 30 de julho de 2025, lotado na Comissão Parlamentar, nomeado no Cargo de Assistente de Gabinete das Comissões. Já estão sendo adotadas as providências administrativas cabíveis para o seu desligamento, que será formalizado ainda hoje.
Reforçamos nosso respeito e confiança na atuação da Justiça, esperando que todos os fatos sejam adequadamente apurados e eventuais responsáveis, devidamente responsabilizados.
Ressaltamos que a Assembleia Legislativa não pode ser responsabilizada por atos praticados pelo servidor fora de suas funções institucionais."