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Atentado em Brasília gera tensão, mas não altera G20, diz secretário do RJ

O secretário afirmou que não há indícios de que o autor da explosão em Brasília tenha planejado algo para o Rio de Janeiro

Por FolhaPress
Ás

Atualizado
Atentado em Brasília gera tensão, mas não altera G20, diz secretário do RJ

Foto: Rafael Wallace/Divulgação

O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Victor Santos, afirmou nesta quinta-feira (14) que a explosão na praça dos Três Poderes, em Brasília, eleva a tensão na proteção do G20, mas não altera o planejamento realizado.

Segundo ele, o nível de criticidade adotado para a cúpula que reúne quase 40 chefes de Estado na capital fluminense já é o de mais alto padrão internacional.

"O nível de segurança é o máximo previsto internacionalmente, não é só do Brasil. Esse nível já está no máximo, de maior criticidade possível, verificando qual seria o pior cenário. Leva-se em conta todas as tecnologias que os agressores utilizam no mundo inteiro para causar transtorno a esses eventos", disse Santos em entrevista coletiva no CICC (Centro Integrado de Comando e Controle), no centro do Rio.

"O fato de ontem [explosões em Brasília] claro que gera tensão maior. Toda a segurança envolvida está com uma atenção maior a esse fato. Aquele tipo de explosivo é caseiro, não é nada sofisticado", disse o secretário, afirmando que o procedimento de revistas pode evitar cenários semelhantes.

Santos disse que está em contato com o serviço de inteligência federal. O secretário afirmou que não há indícios de que o autor da explosão em Brasília tenha planejado algo para o Rio de Janeiro.

"Desde as primeiras horas mantivemos contato [com autoridades federais]. Monitoramos todo o acontecimento. Por enquanto não há nenhum fato objetivo que aponte que esse senhor que cometeu esse ato ontem tenha planejado algum ato no Rio", declarou o secretário.

De acordo com o governo estadual, 17 mil policiais estão mobilizados para atuar na segurança do evento.

Entre as medidas está a criação de um raio de segurança antidrones de 14 quilômetros no entorno do MAM (Museu de Arte Moderna), sede da Cúpula dos Chefes de Estado do G20 na segunda (18) e terça-feira (19). A zona abrange desde o aeroporto internacional do Galeão até São Conrado, na zona sul do Rio.

A Polícia Militar também divulgou um esquema especial de segurança para o G20 Social, que concentra suas atividades na zona portuária. O local será cercado por grades com quatro pontos de acesso com revistas e detectores de metal. O VLT (veículo leve sobre trilhos) não vai parar nas estações do perímetro de segurança, entre o AquaRio e a Praça Mauá.

A abertura do G20 Social ocorreu durante a tarde desta quinta. Pouco antes, a reportagem acessou o local pela Praça Mauá sem obstáculo de qualquer ponto de bloqueio.

Mais cedo nesta quinta, um carro da Secretaria-Geral da Presidência usado pela comitiva do G20 foi roubado no Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Militar, dois homens em uma moto abordaram o motorista que aguardava o embarque de um passageiro. A corporação afirmou que o veículo foi recuperado no Complexo da Maré por agentes do 22º Batalhão da PM.

Procurada pela reportagem, a Secretaria-Geral da Presidência não se pronunciou sobre o tema.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil também foi acionado por diversas delegações estrangeiras que estão no Rio de Janeiro para os eventos do G20. De acordo com pessoas com conhecimento do tema, os representantes brasileiros ressaltaram que a cúpula contará com um elevado protocolo de proteção de autoridades, que foi apresentado às delegações ao longo de reuniões nos últimos meses.

Disseram ainda que o caso de Brasília está sendo investigado pelas autoridades e reforçaram que o incidente ocorreu em outra cidade.

De acordo com um interlocutor no governo Lula, as explosões em Brasília elevam o nível de alerta para a segurança no G20, mas o protocolo da cúpula já conta com medidas preventivas para diversos tipos de situação, inclusive a ameaça de explosivos.

O homem que se explodiu na praça dos Três Poderes, em Brasília, e que detonou o próprio carro a cerca de 300 metros da Esplanada dos Ministérios já foi candidato a vereador pelo PL em Santa Catarina e esteve no STF (Supremo Tribunal Federal) em agosto.

Francisco Wanderley Luiz, 59, era chaveiro e disputou a eleição de 2020 com o nome de urna Tiü França, em Rio do Sul (SC), mas não foi eleito. Antes de morrer, publicou uma série de mensagens sobre o ataque, misturando declarações de cunho político e religioso.

A Polícia Militar do Distrito Federal desativou quatro explosivos encontrados na região da praça dos Três Poderes durante a madrugada e manhã desta quinta-feira.

A varredura ainda é feita também na Esplanada dos Ministérios e adjacências. O STF passa por uma investigação sobre possíveis riscos durante a manhã desta quinta, com entrada ao prédio proibida.

O corpo de Francisco seguia na Praça dos Três Poderes pela manhã. O Bope estava esperando a garantia de desativação de todos os artefatos suspeitos próximos ao corpo dele antes de retirá-lo do local.

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