Atentando terrorista em hotel na Somália faz 26 mortos e deixa 56 feridos
Grupo jihadista Al-Shabab, autor do ataque, é hoje uma das principais ameaças terroristas em África
Foto: Mohamed Sheikh Nor/AP
Minutos depois da explosão de um carro armadilhado, combatentes da Al-Shabab entraram em um hotel na cidade portuária de Kismayo, no Sul da Somália, e mataram 26 pessoas, deixando outras 56 feridas. Este é o mais recente atentado – ocorrido na sexta-feira (12) – de uma organização terrorista que publicamente manifesta o desejo de instaurar um Estado islâmico na Somália e que atua para além das suas fronteiras.
“A operação está terminada. Os quatro atacantes foram mortos”, disse na manhã deste sábado (13) à Reuters o major Mohamed Abdi Told. “Entre os mortos estão estrangeiros: três quenianos, um canadiano, um britânico, dois norte-americanos e três tanzanianos. Há dois cidadãos chineses feridos”, completou o presidente do estado de Jubaland, Ahmed Madobe, em conferência à imprensa.
Morreram também um político local, candidato à presidência da província de Jubbada, que participava numa reunião de clãs para preparar as eleições de Agosto. Existe a possibilidade desta reunião ter sido o alvo do grupo islamista.
Os ataques desta milícia são frequentes na Somália, sobretudo em Mogadiscíu, a capital, apesar da presença de tropas da União Africana e de capacetes azuis da ONU.
Sem um governo central eficaz há 20 anos e marcada pela pobreza e fome extremas, a Somália tornou-se terreno fértil para o surgimento de uma das mais mortíferas organizações terroristas no continente africano. Nascida dos escombros da União de Tribunais Islamitas, que chegou a controlar a capital e foi derrotada pela Etiópia na invasão de 2006, a Al-Shabab combateu os invasores usando um discurso nacionalista e islamita, acabando por expulsá-los do país.