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Ato presta solidariedade ao povo iraniano após ataque dos EUA

O evento aconteceu em São Paulo

Por Da Redação
Ás

Ato presta solidariedade ao povo iraniano após ataque dos EUA

Foto: Reprodução / Julia Chequer/Brasil de Fato

Lideranças mulçumanas e políticas realizaram ato em solidariedade ao povo iraniano. O evento ocorreu no último domingo (5), na capital paulista. Na sexta-feira (3), os Estados Unidos bombardearam um comboio militar do Irã no aeroporto de Bagdá, matando sete pessoas, entre elas um dos principais integrantes do governo iraniano, o general Qassem Soleimani.

O ato ocorreu no mesmo dia em o corpo de Soleimani chegou ao Irã e foi acompanhado em um cortejo fúnebre por milhares de pessoas nas ruas da cidade de Ahvaz. Participaram do ato lideranças muçulmanas e políticas que vivem no Brasil, como o cônsul da Síria, Elias Bara, e o bispo da Igreja Maronita, Edgard Madi, além de representantes de organizações da sociedade civil.

O Sheik Hossein Khaliloo afirmou que espera que os revolucionários do mundo se unam contra os terroristas. “Apesar da distância do Oriente Médio, nosso coração está com eles”, declarou. Ele comemorou a decisão do Iraque de retirar as tropas norte-americanas do país. 

O Parlamento iraquiano aprovou neste domingo (5), uma resolução pedindo ao governo que cancele a assistência militar dada pelos Estados Unidos ao país, o que poderá significar a retirada das tropas. Além disso, o governo ainda apresentou uma denúncia à Organização das Nações Unidas (ONU), do contra-ataque ordenado pelo presidente estadunidense, Donald Trump.

O Sheik Rodrigo Jalloul, que coordenou a atividade, relembrou outros ataques de perseguição a muçulmanos. “Mas essas mortes também nos uniram aqui neste domingo para falar sobre a verdade, mesmo com nossas diferenças. O que nos faz permanecer erguidos, é honrar o sangue derramado”, defendeu.

Sobre a resistência do povo iraniano e o temor de uma guerra, Jalloul explicou que o sacrifício é entendido como um presente para os muçulmanos. “Quem sofre com a perda do general, somos nós, que perdemos uma mente brilhante no Oriente Médio, mas, em verdade, ele tem um martírio para ele garantido. Ele dedicou a vida no caminho de Deus, em uma causa no caminho da justiça. Nós não temos medo da guerra e de enfrentar os Estados Unidos, mas também não buscamos a guerra. O dever de todo muçulmano não é atacar, mas, sim, defender”, apontou.

Solidariedade

Representando o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o professor de Relações Internacionais Marcelo Buzetto criticou “a ação imperialista”. “Não é possível existir paz onde houver um soldado imperialista. A morte de alguém só tem significado quando a sua vida tem um significado especial”, apontou. Buzetto compara Soleimani ao revolucionário argentino Ernesto “Che” Guevara, ao falar sobre o papel do mártir para a inspiração e para a organização popular.

Jamil Murad, presidente do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), condenou o que classificou como “brutal assassinato”, o qual aumentou a instabilidade na região. Ele criticou a posição do Brasil alinhada aos Estados Unidos. “A diplomacia brasileira sempre defendeu a paz. Essa decisão viola a Constituição Federal, que prevê a autodeterminação dos povos”, avaliou.
 

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