Atriz e influencer baiana Maíra Azevedo demonstra surpresa ao encontrar suástica em prédio histórico de Salvador

A atriz, jornalista e escritora Maíra Azevedo publicou nas redes sociais, na noite da última terça-feira (4), que ficou surpresa ao visitar o Palacete Tira Chapéu, localizado no Centro Histórico de Salvador, e encontrar uma suástica na decoração do prédio.

"Gente… fui hoje, pela primeira vez, no Palácio Tira Chapéu, aqui em Salvador e quando chego no primeiro andar … encontro esse detalhe no piso! O espaço acabou de passar por um reforma… pergunta séria… é isso mesmo que parece? Oh Prefeitura de Salvador", publicou a jornalista.

Além de mencionar a Prefeitura de Salvador na publicação, Maíra também marcou o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e a Secretaria de Cultura da Bahia, com o intuito de obter alguma resposta sobre o símbolo encontrado. O Palacete Tira-Chapéu emitiu um pronunciamento explicando que não se trata de uma suástica nazista. (Veja pronunciamento na íntegraabaixo)

"Esse símbolo, por mais semelhante que seja, não é uma suástica nazista. É um símbolo muito conhecido em países orientais, como o Japão, sem conotações nazistas. Não sei qual é o objetivo dele nesse palácio, mas evidentemente, seria bom retirá-lo ou escondê-lo.

Maíra respondeu o seguidor e disse que encontrou uma resposta diferente ao pesquisar a informação na internet.

"Pois é… eu fiz a foto, coloquei no Google e pedi informações… e a pesquisa me informou que era um símbolo nazista se não for, a semelhança também esbarra na violência! Se enganou o Google, imagina quantas pessoas vão olhar e vão sentir náuseas", rebateu a atriz.

A administração do Palacete se pronunciou sobre o símbolo que ilustra regiões do prédio, e informou que trata-se de uma "suástica japonesa budista, de origem no século 7 a.C, um símbolo de sorte e paz", e retratou as diferenças em comparação ao outro símbolo, utilizado durante a Segunda Guerra Mundial.

Confira pronunciamento do Palacete:

Vimos por meio desta nota esclarecer os grafismos decorativos escolhidos pelo arquiteto italiano Rossi Baptista, ao projetar o Palacete Tira-Chapéu, em 1917. Presente em diversos templos mundo afora, o grafismo é, em termos técnicos, uma cruz gamada, e um dos símbolos religiosos mais antigos do mundo. Encontrado em sítios do Neolítico, de 15 mil anos atrás, ao longo do tempo, foi vinculado ao budismo, ao hinduísmo e a diversas culturas, numa representação de conceitos como boa sorte, fortuna, prosperidade e harmonia com o universo.

O grafismo foi muito utilizado na arquitetura no início do século XX, e foi incorporado ao Palacete Tira-Chapéu como parte da expressão artística e cultural da época. Assim, coube ao Palacete conduzir esse símbolo através do tempo e, agora, tornar-se uma espécie de guardião do seu verdadeiro significado.

Há cerca de cinco anos, quando a equipe responsável pelo restauro do Tira-Chapéu iniciou os trabalhos de prospecção no local, o detalhe foi descoberto entre os diversos grafismos que compõem a estética do prédio histórico, e mantido como um dos seus elementos originais, em respeito às limitações impostas pela legislação aos bens tombados.

A permanência do grafismo também se justifica por seu caráter esclarecedor e educativo sobre a história e suas nuances.

Reiteramos o nosso compromisso com a preservação do patrimônio cultural e com o respeito às diferentes tradições. Estamos à disposição para fornecer mais informações e esclarecimentos adicionais, caso necessário.