Augusto Heleno apresenta defesa ao STF e contesta denúncia sobre tentativa de golpe
Ex-ministro questiona imparcialidade de Alexandre de Moraes

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
O general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo de Jair Bolsonaro (PL), apresentou sua defesa ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última quinta-feira (6). A manifestação responde à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que o acusa de envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado.
A defesa do militar contesta a imparcialidade do ministro Alexandre de Moraes para relatar o caso, argumentando que ele foi citado mais de 40 vezes na denúncia como alvo de um suposto plano de assassinato. Os advogados também questionam a competência do STF para julgar Heleno e alegam que não tiveram acesso a todos os documentos da investigação.
A acusação contra Heleno inclui os crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Segundo documentos apreendidos na residência do ex-ministro, ele teria participado de reuniões estratégicas sobre urnas eletrônicas e votações. Além disso, registros indicam que ele teria discutido formas de coagir a Polícia Federal a não cumprir ordens judiciais, sob alegação de abuso de autoridade.
De acordo com o relatório que embasou a denúncia, Heleno teria sido apontado como chefe de um Gabinete Institucional de Gestão de Crise, que teria sido planejado para atuar após a execução de um suposto plano golpista em dezembro de 2022. A investigação também encontrou anotações que ligam o general a estratégias para obstrução de ações judiciais por meio da Advocacia-Geral da União (AGU).
A defesa do ex-ministro nega qualquer envolvimento e afirma que a única participação teria sido a presença dele em uma transmissão ao vivo ao lado de Bolsonaro, sem qualquer manifestação verbal.
O caso segue em análise no STF.