Aumento de 7,5% no salário mínimo deve gerar impacto de R$ 273 mi por mês na Bahia, diz Fecomércio BA
É esperado que o comércio receba uma parcela significativa desses recursos, disse o presidente
Foto: Sindilojas-Rio/Divulgação
O ano de 2025 começou com ajuste no salário mínimo: o novo valor é de R$ 1.518, o que representa um aumento de 7,5% em relação ao anterior. Embora o acréscimo individual de R$ 106 pareça modesto à primeira vista, a Fecomércio Bahia chama atenção para o impacto de cerca de R$ 273 milhões adicionais por mês que pode gerar no estado.
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), cerca de 60 milhões de pessoas serão diretamente beneficiadas pelo reajuste, resultando em um acréscimo de R$ 6,35 bilhões mensais na economia nacional.
O presidente do Sistema Comércio BA, Kelsor Fernandes, observa que, caso todo o montante adicional fosse direcionado ao varejo, representaria, em média, 1,5% do faturamento total do setor no estado, conforme cálculos da Fecomércio BA. “Embora essa não seja a realidade integral, é esperado que o comércio receba uma parcela significativa desses recursos, especialmente considerando o aumento nos preços dos alimentos, como a carne, que têm imposto desafios às famílias”, explica o presidente.
Alta da Selic 'trava' consumo
Devido à baixa propensão à poupança, esses recursos adicionais devem estimular a atividade econômica no estado, especialmente por meio do aumento das compras no comércio, no setor de serviços e no pagamento de dívidas em atraso. No entanto, um fator importante pode limitar esse estímulo ao consumo: o aumento da taxa básica de juros, projetado para atingir 14,25% ao ano em março. Essa elevação encarece o crédito, reduzindo a quantidade de recursos disponíveis para o consumo, já que uma parcela maior da renda será destinada ao pagamento de juros.
As famílias de baixa renda, em especial, enfrentam dificuldades para realizar compras à vista, dependendo do crédito para viabilizar parcelamentos. Seja por meio de cartões de crédito, empréstimos pessoais, consignados ou carnês, o custo do crédito aumentará, exigindo um esforço financeiro adicional por parte dos consumidores.
“A Fecomércio BA manifesta preocupação quanto aos impactos do aumento da SELIC na economia local. A política monetária restritiva, utilizada para conter a inflação, tem sido aplicada de forma intensa, enquanto não se observa, na mesma medida, ações para mitigar o déficit nas contas públicas, que é a principal raiz do problema”, destaca o consultor econômico da Fecomércio BA, Guilherme Dietze.