Aumento dos níveis de CO2 pode reduzir em 12% volume de vapor d’água em 9 países da Amazônia
Dados são de estudo e traz alerta para o combate às mudanças climáticas
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Caso não seja controlado, o aumento dos níveis de gás carbônico (CO2) na atmosfera mundial pode causar uma queda anual de 12% no vapor d’água emitido pela floresta amazônica, nos 9 países que compõem o bioma, nas próximas décadas.
Os dados são de um estudo internacional publicado na revista "Biogeosciences" por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Técnica de Munique e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Os resultados chamam a atenção para a necessidade de medidas globais e regionais urgentes para conter as emissões de CO2, causadas pela atividade industrial, transportes e geração de energias não limpas.
Além disso, com a redução da transpiração das árvores, por causa excesso do CO2, a temperatura média pode ter um aumento de até dois graus, uma vez que há menos gotículas de água para amenizar o calor.
Como as folhas das árvores possuem em sua superfície aberturas microscópicas, chamadas de estômatos, que captam o CO2 para a fotossíntese, esse processo fica prejudicado com o excesso de gás carbônico. No cenário com mais dióxido de carbono no ar, as folhas ficam menos tempo com os estômatos abertos. Com isso, emitem menos vapor e diminuem a formação de nuvens e, portanto, de chuvas.
A pesquisa traz ainda o alerta de que, mesmo que o Brasil encontre parceiros em números suficientes para a compra e venda do chamado “mercado de carbono”, a floresta amazônica poderia simplesmente não dar conta de reter o CO2, por causa do impacto em termos de mudanças climáticas, que já começou a chegar.