Autor do PL da Anistia defende dois anos de prisão domiciliar para Jair Bolsonaro: "Condenar um homem de 70 anos a 27 de prisão não é uma pena de morte?"
Deputado Marcelo Crivella propõe pena reduzida para o ex-presidente

Foto: Isac Nóbrega/PR
O autor do projeto de lei (PL) sobre anistia, Marcelo Crivella (Republicanos), defendeu que o ex-presidente Jair Bolsonaro cumpra 2 anos de prisão domiciliar. A condenação imposta ao político pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) é de 27 anos e 3 meses de prisão.
Em entrevista à coluna Paulo Cappelli, do portal Metrópoles, o deputado cita ser favorável a uma anistia "ampla, geral e irrestrita".
"Condenar um homem de 70 anos a 27 de prisão não é uma pena de morte?", afirmou.
"Defendo a redução de pena de Bolsonaro e outros militares para dois anos, porque não perde a patente. Quem sabe a gente consegue dois anos com prisão domiciliar. E rapidamente passando para regime de semiaberto, trabalhando e dormindo em casa. Acho que isso seria o ideal", explicou.
Para Crivella, a condenação de dois anos seria a alternativa ideal por representar uma "pena reeducativa" e que evitasse a perde das patentes dos militares condenados pela trama golpista.
"É [uma sentença] educativa, as pessoas nunca esqueceriam essa experiência terrível. Serve de exemplo para todos políticos e a coletividade. Mas fica nisso. Não é algo que traria angústia e aflição. Aliás, eu nunca imaginei que a gente pudesse botar em risco as relações diplomáticas com os Estados Unidos", apontou.
PL da Anistia
Com 311 votos a favor e 163 contra, a Câmara dos Deputados aprovou na última quarta-feira (17) a urgência para o projeto que prevê o perdão aos participantes de atos do 8 de janeiro. A votação foi articulada pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e por líderes da oposição do governo. Houve apenas sete abstenções.
Prisão de Jair Bolsonaro
No dia 11 de setembro, Bolsonaro foi condenado a 27 anos de prisão por cinco crimes na trama golpista, em julgamento feito pela primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, o ex-presidente cumpre prisão domiciliar preventiva, sem relação direta com a pena aplicada.