Axé music: 35 anos de baianidade
Confira nosso editorial desta terça (25)
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Foto: Gilberto Junior / Farol Da Bahia
O axé, que completa 35 anos em 2020, extrapola o Carnaval. O ritmo, que mistura batuques, rock, reggae, samba e tantas outras referências, está já enraizada na cultura baiana, isto é, se apresenta como uma manifestação artística de milhares de adeptos, seja fã do gênero ou integrantes da indústria que o produz.
A palavra ‘Axé’ é uma saudação religiosa do candomblé, religião de origem africana. Já enquanto estilo musical, no que diz respeito a arranjos, ritmos e swing, foi criado por Alfredo Moura com a ajuda de músicos contratados, que formavam a banda Acordes Verdes.
É o canto de um povo. Impossível não sentir a baianidade nas melodias e ideias de emblemáticas músicas de Daniela Mercury, Banda Eva, Luiz Caldas, Chiclete com Banana ou Carlinhos Brown, para apenas citar alguns ícones do estilo. A irreverência, o orgulho das raízes, assim como situações do cotidiano e até mesmo as críticas sociais cabem e são presentes no axé music.
De hits oitentistas como “Fricote” (Luiz Caldas) a propostas mais desconexas e influenciadas por gêneros contemporâneos, como faz um Leo Santanna, o axé está vivíssimo no mercado musical. É o som do carnaval da Bahia, mas também está nos alto-falantes da folia de rua em São Paulo e no Rio de Janeiro.
O axe music é, pode inclusive ser apontado como um movimento mundial, afinal, ícones do pop ‘gringo’, como Paul Simon e Michael Jackson, vieram à Bahia nos anos seguintes de sua criação para conferir de perto a diversidade da sonoridade única que o estado oferecia.