Azul planeja adotar combustível sustentável em voos no Brasil
Companhia pretende misturar bioquerosene ao combustível fóssil

Foto: Divulgação/Azul
A Azul Linhas Aéreas divulgou recentemente que está negociando com fabricantes de aviões a possibilidade de incluir a mistura de SAF (combustível de aviação sustentável) ao querosene de aviação de origem fóssil em voos no Brasil.
A afirmação foi confirmada pelo CEO da companhia, John Rodgerson, em participação no congresso Mercado Global de Carbono, evento promovido pela Petrobras e pelo Banco do Brasil.
No evento, Rodgerson informou que o custo de produção do SAF é quatro vezes maior que o do querosene de aviação. “Já estou pagando o preço mais caro do mundo aqui no Brasil para abastecer as nossas aeronaves”, disse.
O CEO da Azul aponta que Roraima e Mato Grosso possuem um grande potencial para a produção de SAF, em razão da produção agrícola. O SAF pode ser produzido por meio da atividade agropecuária.
“Se nós usarmos o que temos no Brasil, alguns lugares têm 3 safras ao ano e podem produzir SAF, podemos começar a abastecer nossas aeronaves em um preço quase igual ao que temos hoje [para o querosene fóssil, conhecido também como QAV]”, afirmou. Rodgerson pede que o mercado financeiro ajude a incentivar a produção.
Para viabilizar a ação, a companhia visa proporcionar aos clientes a opção de compensar as emissões de carbono de suas viagens aéreas. Segundo Rodgerson, “em 2 meses na Azul você vai poder fazer isso", disse, informando que a medida teria um custo adicional seria de R$ 75.
O CEO da Neoenergia, Mario Ruiz Tagle, afirma que “o grande desenvolvimento que está acontecendo hoje no mundo é o mecanismo de compensação”. Ele aponta que mecanismos financeiros como os créditos de carbono, a captura do gás e o armazenamento podem “criar uma cultura de reaproveitamento de carbono”.