Bacias hidrográficas da Amazônia registram níveis abaixo da normalidade
A única exceção foi o Rio Branco, localizado em Caracaraí, que manteve suas cotas dentro dos limites considerados normais
Foto: Duda Covett/ Min da Integração
O monitoramento das bacias hidrográficas da Amazônia Ocidental revelou que todas as regiões registraram níveis de água abaixo da faixa considerada normal para o período, na última semana, de acordo com informações do Boletim de Monitoramento Hidrometeorológico da Amazônia Ocidental. Esse boletim utiliza dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB), vinculado ao Ministério de Minas e Energia (MME), e foi compartilhado pela CNN.
A única exceção foi o Rio Branco, localizado em Caracaraí, que teve ligeiras descidas nas últimas semanas, mas manteve suas cotas dentro dos limites considerados normais. Entretanto, em Boa Vista, houve uma descida de 28 centímetros, um padrão anormal para o período.
No Rio Negro, em Barcelos, a tendência de descida continuou, e em Manaus, houve uma diminuição na recessão diária, com descidas médias nos últimos dias de cerca de 12 centímetros.
O Rio Solimões, em Tabatinga, também apresentou descidas diárias médias de aproximadamente 10 centímetros. No Rio Amazonas, o nível desceu em média 13 centímetros em Careiro da Várzea e 14 centímetros em Itacoatiara.
Na quinta-feira (05), o Rio Negro em Manaus alcançou a cota de 14,90 metros, de acordo com o Porto de Manaus, marcando o nono nível mais baixo já registrado no rio. A menor cota foi observada em 2010, durante uma seca extrema na região Norte, quando as réguas registraram 13,63 metros.
Os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostram que, nos últimos meses, a região amazônica recebeu um volume de chuva abaixo da média. Os maiores déficits ocorreram no centro-norte da região durante junho, julho e agosto. Em Manaus, foram registrados 130,9 milímetros de chuva, enquanto a média é de 202,2 milímetros.
O Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) prevê que os volumes de chuva típicos do final do ano fiquem abaixo da média, com risco de que alguns rios não atinjam os valores normais. Até 25 de dezembro deste ano, há uma probabilidade superior a 75% de ocorrerem vazões abaixo da média nos rios em toda a região Norte e na região Centro-Oeste do Brasil, com exceção do Amapá e do nordeste do Pará. A previsão indica um aumento gradual das vazões, mas com permanência abaixo da média até o final do período previsto, tanto para o Rio Negro quanto para o Rio Solimões.
