Bahia é o Estado do NE que mais perde Caatinga para usinas solares!
Levantamento do MapBiomas mostra que, em nove anos, Juazeiro (BA) foi o município do Nordeste líder em desmatamento do bioma para placas fotovoltaicas

Foto: Divulgação
A Caatinga na Bahia já deu lugar à agropecuária, à mineração, à produção de lenha, ao sisal. Agora, uma nova ameaça está contribuindo para elevar no Estado os índices de desmatamento do único bioma exclusivamente brasileiro: as usinas solares. De acordo com levantamento concluído esta semana pela iniciativa MapBiomas, em 2016 os painéis fotovoltaicos ocupavam 481,6 hectares do Semiárido baiano. Em 2024, essa área passou para 5.564,14 hectares.
No Brasil, a Bahia está em segundo lugar entre os Estados que mais perderam Caatinga para usinas solares entre 2016 e 2014, com um aumento em nove anos de 25,48%. O primeiro é Minas Gerais (59,84%); o terceiro, Piauí (17,35%); o quarto, Rio Grande do Norte (16,27%); o quinto, Ceará (14,77%); e o sexto, Pernambuco (12,22%).
Juazeiro, em todo o Nordeste, é o município com maior registro de remoção da Caatinga para dar lugar a empreendimentos solares. De 2016 a 2024, o município baiano perdeu 2.303 hectares para os painéis fotovoltaicos. No Brasil, fica atrás apenas de Jaíba (MG), com 2.840 hectares de Caatinga desmatados, e Janaúba (MG), com 2.409 hectares.
O dado divulgado esta semana é complementar ao estudo lançado em agosto. Os números do MapBiomas mostram que no Brasil o crescimento se deu a partir de 2016, com 822 hectares de área ocupados por instalações de médio a grande porte destinadas à geração de energia elétrica por conversão direta da luz solar, com foco na comercialização da energia.
“Em 2024, essa área já era de 35,3 mil hectares. Quase dois terços (62%, ou 21,8 mil hectares) estão na Caatinga; cerca de um terço (32%, ou 11,2 mil hectares) fica no Cerrado; e 6% (2,1 mil hectares) está na Mata Atlântica. Juntos, Minas Gerais, Bahia, Piauí e Rio Grande do Norte possuem 74% da área mapeada com usinas fotovoltaicas em 2024: 25,9 mil hectares”, diz o relatório.
Desse total, 13,1 mil hectares, ou 37% de toda a área ocupada por usinas fotovoltaicas no Brasil, estão em Minas Gerais. Quase metade (44,5%, ou 15,7 mil hectares) da área convertida para usinas fotovoltaicas era formações savânicas e 36,6% (12,9 mil hectares) da área convertida para usinas fotovoltaicas era pastagens.