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IBGE: Bahia sobe seis posições no ranking de escolarização em 2019

Entretanto, os dados mostram que o abandono escolar se agrava a partir dos 15 anos.

Por Da Redação
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IBGE: Bahia sobe seis posições no ranking de escolarização em 2019

Foto: Reprodução/Internet

A Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2019, divulgada nesta quarta-feira (15) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) apontou que no último ano a Bahia ultrapassou a taxa de frequência escolar entre adolescentes com idades de 15 a 17 anos do Brasil com um total de 89,2%, além de subir seis posições no ranking de escolarização. 

Além do crescimento da escolarização entre os adolescentes, de 2018 para 2019, o percentual de pessoas que frequentavam creche ou escola avançou também entre as crianças de 0 a 3 anos (de 29,3% para 30,7%) e entre aquelas de 6 a 14 anos (de 99,2% para 99,7%), faixa etária. 

Os números da pesquisa mostram que nove em cada 10 estavam na escola, porém, esse número cai para quatro, quando se trata do Ensino Médio, o que significa que quatro em cada 10 alunos (36,4%) não estavam cursando o nível adequado à sua idade. Na Bahia, 704 mil adolescentes de 15 e 17 anos de idade frequentaram a escola em 2019, o total é 35 mil a mais que no penúltimo ano. 

População adulta

A Pnad ainda apontou que metade dos adultos baianos (com 25 anos ou mais de idade), um total de 49,3%, só haviam registros escolares do Ensino Fundamental incompleto; e apenas um entre 10 havia concluído o Ensino Superior, o que corresponde a 11,2%.

Esse percentual é o terceiro menor do Brasil. Ou seja, há uma grande parcela da população adulta que possui baixo nível de instrução escolar e um dos menores percentuais de pessoas que tiveram o Ensino Superior completo no País.

Abandono

Os dados mostram que o abandono escolar se agrava a partir dos 15 anos. Metade dos rapazes que abandonaram a escola alegar que precisavam trabalhar. Entre as mulheres, quase um quarto delas (23,8%), deixaram os estudos porque ficaram grávidas.

“Os motivos da evasão, do abandono, são diferentes. O que chamou mais atenção foi a diferença entre homens e mulheres. A questão do trabalho para os homens pesa muito mais. É óbvio, se olhar a realidade heterogênea do Brasil, a gente sabe que muita gente tem que trabalhar cedo porque precisa prover dinheiro para dentro de casa, para alimentação, para o sustento. Mas impressiona como a questão da gravidez entre as mulheres faz com que haja uma ruptura da questão escolar. Isso chamou a atenção. Óbvio que o trabalho é importante, mas, para as mulheres, a questão da gravidez foi também decisiva”, disse Marina Aguas, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Analfabetismo no Brasil

A nível nacional, o estudo revelou que aproximadamente 11 milhões de pessoas com 15 anos ou mais, faziam parte da população analfabeta do Brasil no ano passado. O número corresponde a 6,6% da população. Dentro dessa população, mais de 6,2 milhões de pessoas (56,2%) moram na região Nordeste.

Em comparação com os dados de 2018, houve uma redução de 0,2 pontos percentuais, o que corresponde a uma queda de pouco mais de 200 mil analfabetos em 2019. Outro dado que chama a atenção, é o número de adultos que  com o ensino superior completo.

Na comparação com 2018, o número passou de 16,5% para 17,4% em 2019, mas ainda assim a taxa de evasão continua alta e não deve bater a meta de 33% de matrículas no ensino superior, como determina o PNE (Plano Nacional de Educação).

Disparidade racial

Outra revelação do estudo mostra que, até a faixa de 10 anos, brancos e negros tinham uma taxa de frequência escolar líquida similar, perto de 96%. Entre os 11 e 14 anos, o resultado descia a 90,4% entre os brancos, mas despencava a 85,8% entre os pretos ou pardos. Quando considerada a taxa ajustada de frequência escolar líquida ao ensino médio entre as pessoas de 15 a 17 anos, o resultado foi de 79,6% para os brancos e de 66,7% entre os pretos ou pardos.

Ricardo Henriques, superintendente-executivo do Instituto Unibanco, organização que atua para a melhoria da educação pública no Brasil, comenta que entre os diversos fatores que explicam a evasão escolar, como vulnerabilidade social e econômica, o racismo é o traço mais importante desse problema.

“Proporcionalmente, os negros estão em famílias mais vulneráveis. Esse número traduz a educação tanto no nível do fluxo como no nível da escolaridade e é talvez a expressão mais nítida de como a desigualdade racial é estrutural na sociedade”, diz. Segundo ele, o racismo estrutural que foi naturalizado e é negado ou ocultado no Brasil rebate em todas as estruturas do País, tendo a educação como espelho mais nítido.

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