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Barricadas do tráfico se multiplicam nos bairros do Rio e já aparecem até em mapas de aplicativo

Segundo o Maps, há mais de 40 barreiras do crime na região metropolitana fluminense

Por Da Redação
Ás

Barricadas do tráfico se multiplicam nos bairros do Rio e já aparecem até em mapas de aplicativo

Foto: Reprodução

Barricadas do tráfico e da milícia se multiplicam, tomam favelas e bairros e já aparecem até em mapas de aplicativo. Na Rua Beira Rio, em Manguinhos, ela é classificada como “marco histórico”. Na Rua Curuira, em Vicente de Carvalho, o rótulo é “marco cultural”. Já na Iguaperiba, em Brás de Pina, está registrada como “atração turística”. As informações são do jornal O Globo.

Não é preciso estar conectado à internet para se dar conta da realidade concreta dos bloqueios do tráfico, até mesmo em áreas residenciais fora das favelas. Em alguns lugares, imagens do Google Street View — que oferece vista em 360° de ruas e avenidas — também mostram os bloqueios. Em outros, foram anexadas na ferramenta fotos dos obstáculos: é o caso da Estrada do Rio Grande, na Taquara, Zona Oeste, onde troncos e pneus atravancam a passagem.

Em Brás de Pina, uma moradora que pediu para não ser identificada compartilha o temor que tomou conta do bairro onde fica parte do Complexo de Israel. "Meu filho tem 10 anos, e eu não o deixo mais brincar na rua. Minha rua nunca teve barricada. Mas, agora, elas estão por todos os lados. Estamos com medo de sair. Não podemos falar nada e, se a gente denuncia ou chama a polícia, vira alvo desses criminosos. A sensação que dá é que estamos encurralados", disse ao jornal.

A insegurança também afeta motoristas de aplicativo como Cláudio Assis, de 48 anos, que desistiu da profissão após um episódio traumático. Ele conta que, há dois meses, entrou por engano numa rua bloqueada por uma barricada perto da Avenida Pastor Martin Luther King e foi ameaçado por um traficante armado.

"O traficante apontou o fuzil para a janela do meu carro e disse: “Se avançar, vai morrer”. Naquele momento, só conseguia pensar no meu filho de 5 anos. Foi a última vez que trabalhei como motorista de aplicativo", revela ele, que decidiu voltar à antiga profissão de mecânico. "Não é fácil andar pelo Rio, seja de carro ou a pé. O que antes parecia ser apenas uma rua comum de um bairro do subúrbio agora se tornou território de guerra do tráfico", relatou.

O Google ainda não se manifestou sobre o tema.

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