Barroso afirma que "comprimir" FGTS dificulta a vida do trabalhador
Ministro é relator da ação que discute no STF o índice de correção do FGTS
Foto: Roberto Jayme/Ascom/TSE
O ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF), que é relator da ação que discute no Supremo Tribunal Federal o índice de correção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), rebateu nesta quinta-feira (27) argumentos do governo contra a fixação de que a remuneração do FGTS não pode ser inferior à da caderneta de poupança.
O julgamento do STF foi suspenso após o ministro Nunes Marques pedir mais prazo para analisar os dados apresentados pelo governo. Ainda não há data para a retomada do caso.
O ministro citou uma manifestação enviada à Corte, a Advocacia-Geral da União. A AGU pontuou que, se prevalecer o entendimento apresentado pelo relator, será preciso aumentar os juros cobrados de quem contrata o financiamento habitacional com a verba do FGTS.
Além disso, será preciso usar o orçamento da União para custear eventuais juros baixos nessa modalidade de empréstimo, o que impactaria toda a sociedade.
Segundo Barroso, caso o governo tenha que tomar estas providências, isso seria mais legítimo do que manter uma correção prejudicial à atualização justa do fundo. Para o ministro, é preciso definir um sistema favorável ao trabalhador.
“Dos autos, consta peça da AGU em que a AGU afirma que desde 2019 vem pagando acima da poupança. No memorial de ontem para hoje, que se prevalecer a decisão do reajuste pela caderneta, será preciso aumentar os juros do financiamento", diz o ministro.
"Atribuir à sociedade o custeio de juros por aportes do orçamento da União, mesmo que seja, isso é mais justo que tirar da poupança dos trabalhadores. Se é um benefício para a sociedade, é justo que saia da sociedade e não de uma poupança que foi concebida, como nós sabemos para garantir ao trabalhador condições de vida quando ele for demitido", acrescentou.