Barroso afirma que unificação das eleições em 2022 pode trazer 'inferno gerencial' ao TSE
Ministro é contra o adiamento das eleições municipais
Foto: Carlos Moura/ SCO/ STF
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, eleito para comandar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a partir do final de maio, afirmou nesta segunda-feira (11) que unificar as eleições municipais e nacionais traria um "inferno gerencial" ao TSE. Barroso já afirmou em diversas ocasiões ser contra o adiamento das eleições, o que coincidiria com o pleito para a escolha de representantes no âmbito nacional.
Segundo ele, o consenso no TSE é de evitar prorrogação de mandatos, mas, caso seja necessário adiar as eleições por causa da pandemia do novo coronavírus, que seja pelo "mínimo inevitável". Durante uma transmissão ao vivo promovida pela Academia Brasileira de Direito Constitucional (ABDConst), o ministro também avaliou que a unificação seria "extremamente confusa" para o eleitor, além de levar a uma sobreposição dos debates nacionais e locais.
“Ou se vão nacionalizar as eleições municipais, ou vice-versa, se vai municipalizar a eleição nacional. Qualquer uma das duas hipóteses é ruim, sem mencionar o inferno gerencial que seria essa coincidência para o TSE. Nós já estimamos 750 mil candidatos para as eleições agora de 2020, somente para as eleições municipais. Se nós somarmos a esse número os milhares de candidatos das eleições para presidente, governador, senador, deputado federal, deputado estadual e vereador nós estaremos criando uma dificuldade muito grande para o processo eleitoral”, destacou o ministro.
Caso as eleições fossem unificadas, o eleitor teria de escolher representantes para sete cargos (presidente da República, governador, senador, prefeito, deputado federal, deputado estadual e vereadores). Barroso voltou a pontuar que qualquer decisão para adiamento das eleições deve passar pelo Congresso, já que seria necessário alterar a Constituição.