Barroso deixa presidência do STF sob aplausos de colegas ministros

Discurso emocionado e retrospectiva da gestão marcaram a última sessão plenária do ministro

Por Da Redação
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Barroso deixa presidência do STF sob aplausos de colegas ministros

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, fez nesta quarta-feira seu discurso de despedida da presidência da Corte, em uma cerimônia marcada pela emoção e pelo resgate de julgamentos emblemáticos de sua gestão. Em sua fala, Barroso destacou a importância da atuação atual do STF na defesa da democracia e das instituições. Ao final, recebeu uma calorosa salva de palmas de pé dos ministros presentes.

No discurso, Barroso explicou que, no modelo brasileiro, o STF decide diversos temas. Pode ser acionado por diversos atores políticos, o que leva o tribunal a decidir diversos temas polêmicos, o que dá característica de protagonista à corte.

"Os casos chegam ao tribunal e nós precisamos julgá-los. Há complexidades e problemas nesse modelo que reserva para o Supremo Tribunal Federal esse papel. Porém, cabe enfatizar que, com todas essas circunstâncias, esse é o arranjo institucional que nos proporcionou 37 anos de democracia e estabilidade institucional", discursou.

O ministro destacou que as ações do corte durante sua gestão, tentando defender a democracia, geraram um custo pessoal aos ministros diante de parte da sociedade: "Apesar do custo pessoal dos seus ministros e do desgaste de decidir as questões mais divisivas da sociedade brasileira, o Supremo Tribunal Federal cumpriu, e bem, eu assim penso, o seu papel de preservar o Estado de Direito e de promover os direitos fundamentais", disse.

Barroso foi homenageado pelo decano Gilmar Mendes, com quem chegou a "mistura de mal com pitadas de psicopatia" em 2018. Os ministros voltaram a ter uma relação amigável nos últimos anos. Gilmar prestou homenagem ao colega pela atuação na presidência: "O período que ora se encerra ficará registrado nos anais da nossa história institucional como um dos mais complexos da trajetória desta corte, centenária e, consequentemente, da democracia brasileira."

Os ministros tiveram posições divergentes durante a Lava Jato, durante a análise do STF. Com os acontecimentos do 8 de janeiro, os colegas de corte deixaram de lado os embates. Durante o discurso de despedida, Gilmar ressaltou 'laços de amizade': "Nesse constante trabalho em conjunto, nossos gabinetes criaram laços de amizade. Em nome da minha equipe, agradeço a sua, ministro Barroso", ressaltou.

Os ministros Kassio Nunes Marques, André Mendonça e Luiz Fux não compareceram presencialmente. Dias Toffoli participou de forma virtual.

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