BCs do Brasil e dos EUA decidem sobre juros nesta quarta (29)

Na chamada "superquarta", o Copom do Banco Central deve elevar a taxa Selic em um ponto percentual, para 13,25% ao ano

Por FolhaPress
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BCs do Brasil e dos EUA decidem sobre juros nesta quarta (29)

Foto: Agência Brasil

Os bancos centrais de Brasil e Estados Unidos decidem nesta quarta-feira (29) as taxas de juros dos países e devem tomar caminhos diferentes.

Na chamada "superquarta", o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central deve elevar a taxa Selic em um ponto percentual, para 13,25% ao ano, na primeira reunião do novo presidente, Gabriel Galípolo. O próprio colegiado avisou, no comunicado da reunião de dezembro, que elevará a taxa em dois pontos percentuais no total, parcelados agora em janeiro e em março.

Nas negociações de opções de Copom da B3, as apostas na alta de 1 ponto estavam em 96% nesta terça-feira (28).

"Não teremos grandes ruídos neste Copom. Está praticamente precificado o aumento de um ponto", afirmou João Ferreira, sócio da One Investimentos. "A perspectiva de [novo] aumento de um ponto em março, como sinalizou o BC, também está mantida. Mas será que vai continuar depois disso?"

O objetivo da elevação é segurar a inflação. A previsão de aumento de preços feita por economistas ouvidos pelo Banco Central deu um grande salto no boletim Focus divulgado na segunda-feira (27).

Os analistas esperam que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) termine o ano em 5,50%, uma elevação de 0,42 ponto percentual em relação ao levantamento divulgado na semana passada.

O centro da meta oficial para a inflação é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

A piora nas projeções reflete a desconfiança dos economistas com o compromisso do governo Lula com o equilíbrio das contas públicas e a sustentabilidade do arcabouço fiscal. Em novembro, o Copom reforçou o alerta sobre risco fiscal e disse que uma piora adicional das expectativas de inflação poderia prolongar o ciclo de alta de juros.

Enquanto isso, nos EUA, o Federal Reserve deve manter sua taxa de juros inalterada em sua primeira decisão do ano. Isso apesar das pressões do presidente Donald Trump.

Os investidores, em sua maioria, preveem que o Fed manterá as taxas no nível atual, de 4,25% a 4,5% ao ano, após três cortes consecutivos desde setembro.

A atenção estará voltada para possíveis mudanças na perspectiva econômica no comunicado que acompanha a decisão e para as declarações do presidente do Fed, Jay Powell, na coletiva de imprensa posterior.

Em dezembro, o BC americano sinalizou uma provável pausa nos cortes e afirmou que consideraria a "extensão e o momento" de futuras mudanças. Desde então, os dados econômicos indicaram uma desaceleração da inflação e um crescimento sólido do emprego uma combinação que gerou debates sobre a necessidade e o momento de novos cortes na taxa de juros.

Powell deve enfrentar perguntas sobre as primeiras ações e declarações de Trump, que nesta semana afirmou que exigiria uma redução das taxas de juros. O republicano também pediu preços mais baixos para o petróleo, o que pode impactar a inflação.

O presidente do Fed também deixou claro, em novembro, que pretende cumprir seu mandato atual e reforçou que o presidente dos EUA não pode removê-lo do cargo.
 

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