Bivar acusa ACM Neto de esquematizar mudança na presidência do União Brasil e denuncia Rueda por suposto esquema de venda de funções do partido
Luciano Bivar ainda afirmou que deixará a sigla até abril de 2026, durante a janela partidária

Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados | Divulgação
O ex-presidente do União Brasil, deputado Luciano Bivar, de Pernambuco, afirmou que deixará a sigla até abril de 2026, e acusou o atual líder, Antonio Rueda, de negociar o controle de diretórios estaduais e municipais em troca de propina.
Os diretórios são órgãos de administração de um partido político, eleitos pelos filiados do partido divididos nos níveis: Nacional, Estadual e Municipal. Segundo Bivar, Rueda vendia diretórios do Rio de Janeiro, de São Paulo e "tantos outros", e recebia propina em troca.
O deputado aponta que Rueda, inclusive, contou em uma ocasião, que havia alugado um apartamento no hotel George V, em São Paulo, para recebimento de "encomendas" ligadas a negócios do escritório de advocacia, e que mais tarde descobriu que as encomendas se tratavam de propina.
Bivar ainda acusa o atual líder do União Brasil de ter "formado uma quadrilha familiar" dentro do partido, onde preencheu postos de delegados com empregados e aliados próximos para obter vantagem com a maioria nas decisões internas.
ACM Neto teria promovido Rueda a líder do partido
Segundo Bivar, o ex-prefeito de Salvador e secretário-geral do partido, ACM Neto, teria aproveitado uma crise interna a qual envolvia o diretório do Amazonas para articular a saída dele da presidência e entregar o comanda a Rueda.
Bivar relatou que Rueda pediu para que ele anulasse a eleição, mas não atendeu o pedido do então vice do partido. Diante da negativa, ele conta que Rueda foi pressionado por outros políticos, como José Marcos Moura, conhecido como "Rei do Lixo" e ACM Neto, para que seguisse com a candidatura, e não aceitasse um acordo.
Diante da falta de acordo entre Bivar e Rueda, ACM Neto teria oferecido uma aliança com Rueda, e prometeu que o tornaria presidente do partido se deixasse Bivar.
Ao comentar sobre o fim da aliança com o atual líder do partido, Bivar disse que Rueda recebeu R$ 200 mil mensais das empresas dele por serviços advocatícios e que o manteve como aliado político por mais de 20 anos. Ele ainda afirmou que o ex-prefeito, ACM Neto, sabia com quem estava se associando ao apoiar Rueda.
O que diz Antonio Rueda?
O presidente do União Brasil, por sua vez, classificou as falas de Bivar como "delírios e calúnias”, e afirmou que o ex-aliado utilizava as acusações para justificar a "irrelevância política", ao considerar que ele foi rejeitado nas urnas, afastado pela Justiça, e responde a processos.
Rueda ainda acusou Bivar de ter ameaçado a filha dele, de 12 anos, mas o deputado nega. O ex-prefeito ACM Neto ainda não se manifestou sobre as acusações.