Bolsa Família reduz risco de mortalidade por câncer de mama em mulheres de áreas segregadas, aponta estudo
Pesquisa liderada pelo Cidacs/Fiocruz Bahia analisou mais de 20 milhões de mulheres adultas

Foto: Roberta Aline/MDS
Mulheres de baixa renda e residentes em áreas economicamente segregadas enfrentam maior risco de mortalidade por câncer de mama, revela estudo conduzido pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs) da Fiocruz Bahia. A pesquisa, publicada na revista Jama Network, analisou mais de 20 milhões de mulheres adultas e constatou que o Programa Bolsa Família (PBF) desempenha um papel crucial na mitigação desses riscos, promovendo a detecção precoce e o tratamento adequado da doença.
De acordo com o estudo, mulheres que não recebiam o benefício do Bolsa Família apresentaram um risco de mortalidade por câncer de mama 17% maior em comparação com aquelas que eram beneficiárias do programa. Além disso, a pesquisa destacou a associação entre o nível de segregação socioeconômica da área de moradia e o risco de morte pela doença, evidenciando que quanto maior a segregação, maior o risco.
O estudo também ressaltou a importância do acesso a serviços de saúde preventivos, como a realização de mamografias, proporcionado pelo Bolsa Família. Mulheres que recebiam o benefício e viviam em municípios com alta segregação de renda apresentaram um risco de mortalidade menor em comparação com aquelas que não recebiam o programa. Esses resultados indicam que o aumento da renda familiar e o acesso a serviços de saúde podem contribuir significativamente para a redução da mortalidade por câncer de mama em comunidades carentes.
Para Joanna Guimarães, pesquisadora associada ao Cidacs/Fiocruz Bahia, o estudo destaca a necessidade de políticas públicas voltadas para a saúde da mulher, especialmente em comunidades economicamente desfavorecidas. "O Bolsa Família mostrou ser uma ferramenta eficaz na redução das desigualdades na mortalidade por câncer de mama, possibilitando o acesso a serviços de saúde essenciais e contribuindo para a detecção precoce e o tratamento adequado da doença", afirma.
A pesquisa também evidenciou que a segregação socioeconômica está associada a um acesso mais limitado a serviços de saúde e a resultados desfavoráveis no câncer de mama, como diagnóstico em estágio avançado e tratamento menos adequado.