Bolsonaro "jamais participou de qualquer conversa sobre um suposto golpe de Estado", diz defesa
Nota foi divulgada nesta sexta-feira (16)
Foto: Agência Brasil
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro disse que ele "jamais participou de qualquer conversa sobre um suposto golpe de Estado", nesta quinta-feira (16). A declaração ocorre após a Polícia Federal (PF) encontrar no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro (PL), um "roteiro de golpe" que incluía o afastamento de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a nomeação de um interventor.
“Os novos diálogos revelados pela revista Veja comprovam, mais uma vez, que o presidente Bolsonaro jamais participou de qualquer conversa sobre um suposto golpe de Estado. Registramos, ainda, que o ajudante de ordens, pela função exercida, recebia todas as demandas – pedidos de agendamento, recados etc – que deveriam chegar ao presidente da República. O celular dele, portanto, por diversas ocasiões se transformou numa simples caixa de correspondência que registrava as mais diversas lamentações”, diz a nota.
No celular de Mauro Cid teria sido encontrado com um "roteiro de golpe", conforme divulgado pela revista Veja. Esse roteiro incluía o afastamento dos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski, do STF, e a nomeação de um interventor para restaurar a "ordem constitucional".
Além disso, foram identificadas mensagens do coronel Jean Lawand sugerindo o golpe. Lawand fazia pedidos a Cid para convencer Bolsonaro a ordenar uma intervenção militar no país, após a derrota nas eleições para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na quarta-feira (14), a PF divulgou a descoberta de uma suposta minuta de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e textos que seriam utilizados para dar suporte ao governo em um eventual golpe de Estado, encontrados no celular de Cid. A GLO é uma operação militar que permite ao presidente da República convocar as Forças Armadas nos casos em que as forças tradicionais de segurança pública se mostram insuficientes diante de graves situações de perturbação da ordem.