Exército toma medidas administrativas sobre coronel envolvido em suposto golpe de Estado
Polícia Federal identifica mensagens sugerindo intervenção militar e Exército se pronuncia
Foto: Divulgação/Exército Brasileiro
O Exército informou na sexta-feira (16), que está adotando as "medidas cabíveis" na esfera administrativa em relação ao coronel Jean Lawand, que teria enviado mensagens sugerindo um golpe de Estado ao ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid, como relatado pela revista Veja.
Segundo a reportagem, a Polícia Federal identificou as mensagens que continham pedidos de Lawand para que Cid convencesse Bolsonaro a ordenar uma intervenção militar no país após a derrota nas eleições para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, a PF encontrou um roteiro de golpe no celular de Mauro Cid, que incluía o afastamento de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a nomeação de um interventor.
Em nota, o Exército afirmou que as "eventuais condutas individuais julgadas irregulares serão tratadas no âmbito judicial, observando o devido processo legal". A instituição destacou que prima pela legalidade e pelo respeito aos preceitos constitucionais, ressaltando que opiniões e comentários pessoais não representam o pensamento da cadeia de comando do Exército Brasileiro nem o posicionamento oficial da Força.
Mauro Cid encontra-se detido desde 3 de maio no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília, sob suspeita de integrar uma suposta associação criminosa voltada para fraudar cartões de vacina contra a covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
Leia a íntegra da nota do Exército:
“Sobre trocas de mensagens entre o Coronel Jean Lawand Junior e o ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro, Tenente-Coronel Mauro Cid, o Centro de Comunicação Social do Exército informa que:
Opiniões e comentários pessoais não representam o pensamento da cadeia de comando do Exército Brasileiro e tampouco o posicionamento oficial da Força.
Como Instituição de Estado, apartidária, o Exército prima sempre pela legalidade e pelo respeito aos preceitos constitucionais.
Os fatos recentes somente ratificam e comprovam a atitude legalista do Exército de Caxias.
Eventuais condutas individuais julgadas irregulares serão tratadas no âmbito judicial, observando o devido processo legal.
Na esfera administrativa, as medidas cabíveis já estão sendo adotadas no âmbito da Força.
Em relação à função do Cel Lawand, citado na matéria da Revista Veja como Subchefe do Estado-Maior do Exército, este Centro esclarece que o referido militar serve no Escritório de Projetos Estratégicos do Estado-Maior do Exército.
Por fim, consciente de sua missão constitucional e do compromisso histórico com a sociedade brasileira, o Exército reafirma sua responsabilidade pela fiel observância dos preceitos legais e preservação dos princípios éticos e valores morais.
Atenciosamente,
CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO”