Bradesco vai à Justiça para impedir trio da Americanas de vender o próprio patrimônio
Varejista deve quitar a dívida de R$ 4,7 bilhões que mantém com o banco
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O Bradesco pediu à Justiça de São Paulo, em petição, nessa segunda-feira (27), que o trio de acionistas de referência da Americanas seja impedido de vender seus bens e de esvaziar os próprios patrimônios enquanto a varejista não quitar a dívida de R$ 4,7 bilhões que mantém com o banco.
A ação cobra que os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira mantenham tudo o que possuem para o caso de serem reconhecidos como responsáveis por indenizar os credores da companhia.
O documento diz que o Bradesco tem a intenção de “resguardar o seu direito de acionar pessoalmente” os três sócios para que respondam “pelos atos que tenham sido por eles perpetrados e (a ação) impeça eventuais medidas de esvaziamento patrimonial”.
De acordo com o banco, o desfecho do caso Americanas deve envolver uma “provável fraude” pela qual Lemann, Telles e Sicupira podem ser responsabilizados “por ação, por omissão”.
Para a instituição financeira, a alta cúpula da Americanas estaria participando da batalha jurídica contra os credores para esconder “a verdade debaixo do tapete” e impedir a identificação dos culpados pelo rombo contábil.
“Se alguém disser que a Americanas foi administrada e controlada por mentirosos estará mentindo?”, questiona o Bradesco na ação, se referindo ao fato de que o problema em questão se formou ao longo de uma década. Na percepção dos advogados do banco, o rombo não teria como passar despercebido.