Brasil: concessão de crédito ao consumidor desacelera por receio de queda da Selic
Segundo órgão do Banco Central, com juros em alta para o cliente as instituições ficam mais criteriosas quanto a concessão de crédito
Foto: Reprodução/Agência Brasil
O Comitê de Estabilidade Financeira (Comef), órgão do Banco Central, apontou em sua última reunião que houve desaceleração no ritmo de concessão de crédito tanto para empresas quanto para o consumidor pessoa física no Brasil.
Segundo o órgão, com juros em alta para o cliente, mesmo com a taxa Selic congelada em 13,75% desde agosto de 2022, as instituições ficam mais criteriosas quanto a concessão de crédito. Parte dessa cautela vem da situação da Americana, que alterou as perspectivas para o mercado de crédito no país.
O relatório da consultoria Verde Asset, enviado aos clientes nesta semana, revela haver sinais incipientes de uma possível crise de crédito na economia brasileira. Segundo o relatório, por esse motivo, será necessário a adoção de "boas políticas públicas" para administrar a situação.
Para as empresas, a alta dos juros representam a necessidade de mais dinheiro para pagar dívidas, muitas vezes, adquiridas em um cenário de taxa próximo do mínimo, como em 2021. Os juros reais brasileiros (que descontam a inflação) são os mais altos do mundo, 7,4%, perdendo apenas para a Argentina.