Brasil deve repetir déficit fiscal de 40 anos atrás, aponta estudo
Tanto o mercado quanto o Ministério da Fazenda preveem um aumento da relação dívida pública/PIB nos próximos anos
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Um estudo do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mostrou que o déficit operacional médio de 1981 e 1982 foi de aproximadamente 7% do PIB, valor semelhante ao déficit nominal previsto para este ano, levando em conta receitas, despesas e juros.
Responsáveis pelos estudos, os economistas Fabio Giambiagi e Guilherme Tinoco afirmam que, apesar dos avanços institucionais alcançados nestas décadas, “o país andou em círculos, com o fiscal sendo um dos desafios a vencer”.
Tanto o mercado quanto o Ministério da Fazenda preveem um aumento da relação dívida pública/PIB nos próximos anos. Para buscar o ajuste, o governo estabeleceu planos no novo marco fiscal para eliminar o déficit primário até 2024 e alcançar superávits nos anos seguintes.
A Instituição Fiscal Independente do Senado (IFI) calcula que para estabilizar a dívida, seria necessário um superávit primário anual de 1,5%.
Ainda de acordo com o estudo do BNDES, a relação entre dívida pública e PIB no Brasil teve variações significativas de 1981 a 2023. Houve um aumento acentuado de 1981 a 1984, seguido por uma queda até 1995. Depois, houve um novo aumento até 2003. Um ciclo de queda durou até 2013, mas desde então, tem havido um aumento geral.