"Brasil e EUA precisam barrar 'tecno-totalitarismo'", diz Ernesto Araújo em referência à China
A ideia era debater o conceito de cooperação internacional ante a realidade da pandemia da Covid-19
Foto: Adriano Machado /Reuters
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou nesta sexta-feira (29), durante o painel virtual de debate do Fórum Econômico Mundial, que era preciso criar uma aliança entre o Brasil e os Estados Unidos para combater o que ele classificou como a ascensão do "tecno-totalitarismo" de países com "diferentes modelos de sociedade". O chanceler brasileiro ainda afirmou que a estratégia deveria contar com "outros parceiros democráticos", em crítica à China.
Segundo o ministro, a ideia era debater o conceito de cooperação internacional ante a realidade da pandemia da Covid-19 e da mudança climática, a qual ele já chamou de ideologia, ou Covid-19, cuja "trapalhada na compra de doses de vacina da Índia custou pressão sobre o cargo".
"Um desafio é emergência do tecno-totalitarismo. Não se trata da questão de EUA contra China, mas é uma questão de diferentes modelos de sociedade. Novas tecnologias podem ser ótimas para a democracia, mas podem fornecer meios para um Estado totalitário, e não queremos isso (...) Queremos tratar desse tema com os Estados Unidos e parceiros democráticos", disse.
Para Araújo, a única forma de lidar com a questão é deixar as pendências para serem resolvidos em entidades como a Organização Mundial do Comércio, desde que reformuladas, o Brasil compartilha a visão americana de que a China não joga pelas regras ali.