Brasil é nomeado aliado militar dos EUA
Donald Trump foi quem concedeu a honraria
Foto: Alan Santos / PR
O Brasil foi nomeado oficialmente como aliado militar preferencial dos Estados Unidos, fora da Organização do Tratado do Atlântico Norte. Quem concedeu o título foi o presidente americano Donald Trump, na noite da última quarta (31).
A honraria tem o intuito de facilitar a compra de tecnologia militar e armamentos dos EUA, entre outras vantagens. O Brasil se torna então, o segundo país da América Latina. A Argentina foi o primeiro a receber o título especial, que permitirá aprofundar a cooperação militar bilateral. Além da dupla sul-americana, outros 16 países já foram declarados aliados extra-Otan pelo governo americano.
Trump já havia dado indícios que iria nomear o Brasil como aliado preferencial extra-Otan, quando o presidente Jair Bolsonaro o fez uma vista na Casa Branca, em março deste ano.
O processo para nomeação se iniciou há aproximadamente dois meses, no dia 8 de maio, quando Trump enviou notificação para o Congresso a respeito da intenção através de carta, seguindo o procedimento legal, que determina que o poder Legislativo seja informado sobre a designação de um aliado militar estratégico fora da Otan, por pelo menos 30 dias antes do status entra em vigor.
No documento protocolado por Trump, ele disse que faria a nomeação "em sinal de reconhecimento pelos compromissos recentes do governo do Brasil de aumentar o auxílio no setor defensivo com os EUA, e consciente do nosso próprio interesse nacional em aprofundar nossa cooperação em defesa com o Brasil". Após cerca de um mês sem manifestação do poder Legislativo, a honraria é considerada como aprovada, de acordo com a lei americana.
A honraria concede ao Brasil, o direito de tornar-se comprador preferencial de equipamentos e tecnologias militares dos Estados Unidos, além de participar de leilões organizados pelo Pentágono. A medida abre também caminho para colaboração no desenvolvimento de soluções de defesa e o aumento dos intercâmbios militares e a realização de manobras conjuntas entre as Forças Armadas dos dois países.
O encontro em março
Na ocasião, Bolsonaro e Trump cogitaram negociar a entrada do Brasil na Otan, mas a hipótese foi negada pela aliança militar. O presidente americano também declarou apoio à campanha do Brasil para aderir à Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). O processo pode levar um longo período para ser concretizado, mas Bolsonaro deseja acelerar, com devido respaldo dos americanos.
Atualmente a Otan possui 29 membros, nenhum deles pertencente a América Latina e nenhum no Atlântico Sul. Sob as regrais atuais, a organização limitam os convites para permitir a integração da aliança à países europeus. Contudo, desde o ano passado, a Colômbia é o único "parceiro global" da Otan na América Latina.
Os parceiros globais podem contribuir com as operações e missões da aliança, com base em um programa individual. Em abril deste ano, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, sugeriu que a aliança militar poderia ser considerada a possibilidade mais países latino-americanos, como o Brasil, se tornarem parceiros, mas não membros da Otan.