Brasil é o 100º entre 113 países no ranking da produção, afirma pesquisa
Dados foram coletados pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi)
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De acordo com dados do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), no primeiro semestre deste ano, a indústria de transformação mundial cresceu 0,1%, enquanto o desempenho do parque fabril brasileiro teve uma perda de 2,0%, em relação ao mesmo período do ano anterior.
Pesquisa foi realizada com base em informações da Unido, a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial. Como resultado, o Brasil ocupou a 100.ª colocação em um ranking de produção de 113 países com informações identificadas pela Unido.
Na comparação do primeiro semestre de 2022 com o primeiro semestre de 2021, o desempenho da indústria brasileira foi pior do que o da Argentina (5,9%) e da Rússia (0,5%). Os líderes do ranking foram Filipinas (33,7%), Trinidad e Tobago (25,0%), Quirguistão (24,0%), Arábia Saudita (21,3%) e Mauritânia (20 4%).
Na direção oposta, o Brasil só se saiu melhor que Japão (-2,1%), Luxemburgo (-2,1%), Camarões (-2,3%), Sri Lanka (-2,9%), Malta (-3,2%), Mongólia (-4,2%), Brunei (-5,1%), Macau (-5,3%), Nova Zelândia (-5,7%), Bielorrússia (-6,1%), Argélia (-6,4%), Geórgia (-10,0%) e Irlanda (-10,1%).
Segundo avaliação do autor do estudo, Rafael Cagnin, o Brasil se vê às voltas com perda de competitividade, derivada de entraves estruturais, falta de modernização tecnológica e encarecimento de custos de produção, por exemplo.
Além disso, a demanda doméstica vem prejudicada pela inflação resiliente, que corrói o poder de compra das famílias, e a migração de recursos que passam do consumo de bens industriais para os serviços.
Perspectiva de melhora
"As sinalizações que a gente tem da produção industrial é que não está deslanchando o processo de crescimento, mas, aparentemente, a fase de quedas sucessivas ficou para trás", afirmou Cagnin.
Entre os elementos que podem ajudar a produção brasileira no segundo semestre de 2022, estão normalização dos gargalos de ofertas de insumos, trégua recente da inflação via preços de combustíveis e medidas de estímulo do governo, como a distribuição de recursos extras às famílias mais vulneráveis, taxistas e caminhoneiros.
No entanto, as taxas de juros elevadas, os sinais de desaceleração da economia global e os desafios fiscais a serem equacionados no País ainda impedem uma projeção otimista para 2023.
A indústria de transformação mundial registrou desaceleração no ritmo de crescimento, passando de uma alta de 3,7% no primeiro trimestre de 2022 para uma elevação de 3,1% no segundo trimestre ambos em comparação ao mesmo período do ano anterior. A indústria brasileira melhorou seu desempenho, saindo de uma queda de 4,5% no primeiro trimestre para um avanço de 0,6% no segundo trimestre.