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Brasil não atinge metas da vacinação infantil e tem taxas abaixo da média mundial

Pesquisa da UNICEF e OMS apontam que principais vacinas previstas no calendário infantil tiveram índices abaixo de 73%

Por Da Redação
Ás

Brasil não atinge metas da vacinação infantil e tem taxas abaixo da média mundial

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um novo relatório global da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF), divulgado nesta semana, informou que os números de vacinação infantil no Brasil estão cada vez mais desafiadores e apontam uma tendência de queda nos últimos anos em vacinas essenciais para os pequenos, como a BCG, a tríplice bacteriana e as contra a hepatite B e a poliomielite. 

Para realizar o relatório, a OMS e o Fundo levaram em conta informações de 177 países, incluindo o Brasil, e concluíram que, no mundo todo, os dados mostram o maior retrocesso contínuo na vacinação infantil em 29 anos. No nosso país, os números pintam um panorama diferente, mas não menos preocupante.

"É um quadro dramático. [Nesse relatório da OMS], nós estamos entre os 10 piores países do mundo em vacinação, ao lado do Haiti e da Venezuela, países que tem dificuldades econômicas enormes e não têm um programa tão organizado como o nosso", lamenta Carla Domingues, epidemiologista e ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Vacina BCG

O imunizante existe há mais de 100 anos e é uma das vacinas mais utilizadas no mundo. Ela é indicada horas após o nascimento até no máximo antes da criança completar os 5 anos de idade, e protege contra formas graves da tuberculose, como a meníngea e miliar, complicações que podem levar à morte.

No Brasil, embora tenhamos tido uma certa recuperação em 2018, a taxa de imunização da BCG vem caindo consideravelmente desde 2019, durante o primeiro ano do governo Bolsonaro, quando diversos estados precisaram racionar a vacina.

Naquele ano, segundo as estimativas da OMS e do UNICEF, a cobertura vacinal foi de 79%, a primeira vez em quase duas décadas que o índice foi menor que a taxa global de imunização. Já em 2021, no segundo ano da pandemia, somente 63% das crianças receberam a vacina. Até 2015 essa taxa beirava os 100% no país.

Hepatite B

Imunizante previne contra uma forma grave da hepatite, um tipo de inflamação no fígado que é provocada pelo vírus B da doença (o HBV).

De acordo com as estimativas da OMS e do UNICEF, embora a taxa de vacinação no Brasil tenha sido superior ao índice mundial para a terceira dose contra a doença por mais de 18 anos, desde 2015 o país não alcança o patamar de 95% recomendado por especialistas (veja acima).

A situação piorou ainda mais no último ano, quando essa taxa de vacinação despencou para 68%. Este ano, segundo os últimos dados do Ministério da Saúde, a população-alvo atingiu uma cobertura vacinal de apenas 46% até o momento.

Poliomielite

 A poliomielite, também chamada de paralisia infantil, tem certificado de erradicação no país desde 1994, mas a baixa cobertura vacinal nos últimos anos preocupa especialistas devido ao risco de volta da doença infectocontagiosa.

Segundo dados da OMS e do UNICEF, desde 2016 o Brasil não alcança a faixa ideal para a terceira dose da vacina da pólio, aplicada a partir dos 6 meses de vida. Em 2021, esse índice foi de apenas 61% (gráfico acima).

Já em 2022, segundo os últimos dados do Ministério da Saúde consultados pelo g1, a cobertura vacinal está em torno de 45%.

Tríplice viral

A tríplice viral é uma vacina que protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba, doenças virais infectocontagiosas.

A OMS e o UNICEF separam globalmente os dados de vacinação para rubéola e o sarampo. Por isso, os índices aparecem em gráficos diferentes, mas têm o mesmo percentual para o Brasil. Além disso, no último relatório das entidades, não foram divulgados dados globais de vacinação contra a caxumba.

No Brasil, a queda da cobertura para a vacina tríplice viral começou em 2017 e vem continuando desde então. E, segundo especialistas ouvidos pelo g1, as consequências disso são claras.

Em 2019, o país perdeu o certificado de erradicação do sarampo após a confirmação de um caso no Pará. 2 anos depois, ao longo do ano de 2021, 2.306 casos suspeitos de sarampo foram notificados em todo o Brasil, destes 668 (29,0%) foram casos confirmados.

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