Brasil reduz queimadas e registra menor índice de focos de calor em 12 anos
Entre janeiro e 7 de agosto deste ano, o país teve cerca de 30 mil ocorrências

Foto: Imagem Ilustrativa. Créditos: Amazônia Real/ Wikimedia Commons
O Brasil reduziu as queimadas e atingiu, em 2025, o menor índice de focos de calor após 12 anos. Segundo informações do Programa Queimadas Inpe, divulgadas na segunda-feira (25) pela Agência Gov, entre janeiro e 7 de agosto deste ano, o país teve cerca de 30 mil ocorrências. Somente em 2013 o número foi menor com 28 mil casos.
A redução foi expressiva nos biomas do Pantanal e da Amazônia. No caso do Pantanal, o número de focos registrados em 2025 foram de 126, em comparação aos 6,6 mil casos no ano passado. Na Amazônia, os casos reduziram de 30 mil para 7 mil, no mesmo período.
André Lima, secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima (MMA), atribui a redução nos números a dois fatores.
“De fato, está tendo um número bem abaixo da média, e eu atribuo a dois fatores. O primeiro é que o ano passado foi completamente fora da curva. Saiu o efeito El Niño (que afeta padrões de chuva) e a gente voltou a ter um ano praticamente com um efeito neutro. Com um fator a mais, que foi toda a implementação da política derivada da situação do ano passado. Foi um conjunto de ações de mobilização dos atores locais, dos governos locais e estaduais, com investimento nos corpos de bombeiros e um aumento das ações também no âmbito federal, que também trazem resultados”, disse.
Ações preventivas são apontadas como fatores significativo na redução dos focos de incêndio. Elas têm sido realizadas pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, junto ao Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Dentre as medidas estão o número recorde de brigadistas, que hoje totaliza 4.385 profissionais, um aumento de 26% em relação a 2024; a contratação de sete novos helicópteros, totalizando 11 aeronaves à disposição para ações de enfrentamento; e o aumento quase em dobro dos veículos utilizados nas operações, alcançando o total de 799.
Outra medida foi o Fundo Amazônia, que aprovou desde 2023 R$ 405 milhões para apoiar o corpo de bombeiros dos noves estado da Amazônia Legal. Pela primeira vez ela também tem apoiado ações no Cerrado e no Pantanal.
A Lei 15.143/2025, sancionada em junho, também incrementou as ações. Ela garante a transferência de recursos diretamente ao Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), o que reduz o intervalo de contratação de brigadistas para três meses e permite o uso de aeronaves estrangeiras em emergências ambientais.
Por fim, há o decreto assinado pelo presidente Lula em setembro do ano passado que aumentou as punições por incêndios florestais.
Em Belém do Pará, em decorrência da COP30, medidas preventivas também foram adotadas. Queimadas prescritas têm sido realizada com intuito de forma uma barreira natural e evitar que as chames se espalhem. Aceiros também sido utilizados para formar “barreira física”, por meio de faixas de terra em a vegetação é retirada para impedir a propagação.