Brasil registra maior número de resgates de trabalhadores em condições análogas à escravidão nos últimos 14 anos no Brasil
Em 2023, 3.190 trabalhadores foram resgatados
Foto: Ministério do Trabalho/Divulgação
O Brasil registrou, em 2023, o maior número de resgates de trabalhadores em condições análogas à escravidão dos últimos 14 anos, revelou o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), na quarta-feira (10). Ao todo, 3.190 trabalhadores foram resgatados em 598 estabelecimentos urbanos e rurais ao longo do ano passado, resultando em ações de fiscalização que contemplaram o pagamento de mais de R$ 12,8 milhões de verbas salariais e rescisórias aos trabalhadores.
Comparado a 2022, quando 2.587 trabalhadores foram resgatados em 531 ações de fiscalização, o aumento é significativo, evidenciando um crescimento de preocupação e esforços na identificação e combate a situações de trabalho escravo. A região Sudeste liderou em número de ações e resgates, seguida pelo Centro-Oeste e Nordeste, enquanto os estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo apresentaram os maiores índices de trabalhadores resgatados.
O Código Penal define trabalho análogo à escravidão como aquele que submete alguém a trabalhos forçados, jornada exaustiva, condições degradantes ou restringe sua locomoção devido a dívidas com o empregador. O aumento das denúncias é alarmante, com 2023 registrando o maior número já registrado desde a criação do Disque 100 em 2011, com 3.422 denúncias de trabalho análogo à escravidão – um aumento de 61% em relação a 2022.
A fiscalização e combate a tais práticas é reforçada pelo Sistema Ipê, um canal específico para denúncias de trabalho análogo à escravidão disponível online. A iniciativa permite que denunciantes forneçam informações detalhadas de forma anônima, contribuindo para análises e verificações in loco por parte das autoridades.