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Brasil registra pelo menos 30 mil novos casos de paralisia cerebral por ano

Especialista fala sobre formas de tratamento

Por Da Redação
Ás

Brasil registra pelo menos 30 mil novos casos de paralisia cerebral por ano

Foto: Reprodução

A paralisia cerebral é a deficiência mais comum na infância. No mundo, mais de 17 milhões de pessoas vivem com a condição e, conforme a organização World Cerebral Palsy Day, no Brasil são pelo menos 30 mil novos casos por ano.

“A paralisia cerebral é decorrente de uma lesão de um cérebro que está em desenvolvimento e que pode acontecer desde o início da gestação por conta de traumas, malformações ou até mesmo durante o parto por alguma intercorrência. Nos primeiros anos de vida a paralisia pode acontecer por infecções como a meningite ou por traumas”, explica neurologista pediátrica Elisabete Coelho Auersvald, do Hospital Pequeno Príncipe.

Por ser uma condição permanente e sem cura, o diagnóstico rápido e a intervenção precoce constituem o principal tratamento da criança com paralisia cerebral. Esses fatores são determinantes para garantir um melhor desenvolvimento psicomotor e uma consequente melhora da qualidade de vida já durante a primeira infância.

Cuidados multidisciplinares com neurologistas, ortopedistas, fonoaudiólogos e psicopedagogos são essenciais para promover uma vida melhor a crianças com PC. “Sabemos que a paralisia cerebral é uma condição persistente, não progressiva. No entanto, as habilidades da criança só vão progredindo à medida que novos processos são instigados. Desta forma, os profissionais de saúde devem sempre guiar ações visando a atender às metas funcionais das crianças”, diz a neurologista.

O comprometimento dos sistemas neuromuscular, musculoesquelético e sensorial é característico da PC. Conforme a disfunção motora atribuída a cada paciente com esse diagnóstico e o local da lesão cerebral, é possível classificar a paralisia cerebral. A doença é dividida em três principais tipos: espástica, discinética/hipotônica e atáxica.

Na paralisia cerebral espástica, que representa de 70% a 80% dos casos, os músculos são rígidos e fracos, podendo afetar o movimento dos braços e pernas. Problemas de visão, como estrabismo, e a marcha em tesoura, quando a criança se desloca com uma perna à frente da outra, também são possíveis nesse quadro. Com a paralisia discinética ou hipotônica, o movimento involuntário é algo característico. Já a atáxica afeta o equilíbrio e a coordenação, junto de um tremor nos movimentos.

A especialista destaca ainda que pacientes com paralisia cerebral podem ter independência e uma ótima qualidade de vida. “A paralisia não tem cura, mas as pessoas podem ter uma vida muito produtiva e satisfatória, contanto que tenham o apoio e as adaptações adequadas”, finaliza Elisabete Coelho Auersvald.

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