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Brasil só vai ter aval da ONU para operar submarino se seguir inspeções rígidas

Autorização para a operação do submarino nuclear Álvaro Alberto só deverá sair, em até cinco anos

Por Da Redação
Ás

Brasil só vai ter aval da ONU para operar submarino se seguir inspeções rígidas

Foto: Reprodução/ Redes sociais

A ONU condicionou a aprovação do submarino nuclear do Brasil a inspeções rigorosas. O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, afirmou que o país precisa abandonar as posições históricas de resistência a inspeções detalhadas de suas instalações atômicas.

"Ter um submarino nuclear é legítimo. Se o país quer um, tem de fazer um acordo com a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), que será muito estrita no regime de inspeções. Eu preciso dar garantias para a comunidade internacional", disse Rafael Grossi.

O diretor ressaltou que a autorização para a operação do submarino nuclear Álvaro Alberto só deverá sair, se tudo der certo, em até cinco anos. "Pode ser um pouco menos", afirmou. O Brasil trabalha neste projeto há 45 anos.

Grossi  diferenciou a situação do Brasil da Austrália, que também  busca operar submarinos nucleares após firmar acordo militar com os Estados Unidos e o Reino Unido, que tem o objetivo de fornecer modelos americanos e posterior construção de submarinos de propulsão nuclear no país da Oceania.

Ele prevê negociações difíceis para o Aukus (nome da aliança militar) devido a tensões internacionais, especialmente no Indo-Pacífico.

 "O caso do Aukus [nome da aliança militar] está dentro de uma realidade política totalmente diferente. É uma questão de alta politização", disse, sobre a resistência da China, que não quer ver mais submarinos nucleares adversários no seu flanco estratégico sul, ao projeto.

"Não é o caso do submarino nuclear brasileiro. O Aukus é um projeto trinacional, o Brasil tem um desenvolvimento autóctone do ponto de vista de salvaguardas e inspeções", afirmou o diretor-geral.

Questionado sobre a possibilidade das tensões entre esses países afetarem o pleito brasileiro, ele diz que sua função é "manter a mente asséptica e contar com a boa-fé de todos".

A AIEA está preocupada com o combustível dos submarinos, já que navios militares passam meses no mar sem controle. Ambos os países precisarão aceitar um controle rigoroso, incluindo um procedimento especial de contagem de material nuclear antes e depois de missões, com acesso a áreas sensíveis.

O Brasil, signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), sempre se recusou a aderir aos Protocolos Adicionais de 1997, que facilitam o acesso dos inspetores da AIEA. O país enfrenta desafios, incluindo a origem e a certificação de seu combustível nuclear. Apesar de dominar o ciclo completo de produção, o Brasil não tem capacidade atual para produzi-lo de forma certificada.


 

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