Brasil tem déficit de US$ 1,76 bilhão nas exportações com os EUA em outubro

O Brasil registrou déficit de US$ 1,76 bilhão em suas transações comerciais com os Estados Unidos no mês de outubro, informou nesta quinta-feira (6) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Esse é o décimo resultado negativo consecutivo na relação bilateral, indicando que o país importou mais produtos norte-americanos do que exportou.

De acordo com o levantamento, as exportações brasileiras para os Estados Unidos somaram US$ 2,21 bilhões, uma queda de 38% em comparação a outubro do ano passado. Já as importações tiveram alta de 9,6%, totalizando US$ 3,97 bilhões. O último superávit registrado nas trocas comerciais entre os dois países foi em dezembro de 2024, no valor de US$ 468 milhões.

No acumulado de janeiro a outubro, o déficit com os Estados Unidos chega a pouco mais de US$ 7 bilhões, um aumento superior a 400% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o saldo negativo foi de US$ 1,38 bilhão. Desde 2009, o Brasil tem apresentado déficits recorrentes nessa relação, que somam US$ 88,61 bilhões ao longo de 16 anos.

O resultado negativo ocorre em meio à sobretaxa imposta pelo governo norte-americano sobre produtos brasileiros. O chamado “tarifaço”, anunciado de forma progressiva pelo presidente Donald Trump, alcançou 50% de sobretaxa sobre cerca de 36% das exportações brasileiras desde agosto. O líder justificou a medida alegando “questões econômicas” e fatores políticos, incluindo “direitos de liberdade de expressão de cidadãos americanos”.

Apesar do cenário desfavorável nas transações com os Estados Unidos, o desempenho da balança comercial brasileira como um todo foi positivo em outubro. As exportações totais somaram US$ 31,97 bilhões, enquanto as importações ficaram em US$ 25 bilhões, resultando em superávit de US$ 6,96 bilhões, o melhor resultado para o mês desde 2023.

O governo federal vem adotando medidas para minimizar os efeitos do tarifaço sobre as empresas nacionais. Entre as ações anunciadas está a criação de uma linha de crédito de R$ 30 bilhões, voltada à manutenção de empregos e apoio ao setor exportador. Apesar das negociações entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump no mês passado, as tarifas norte-americanas seguem em vigor.