Brasil tem menos servidores públicos que EUA, Europa e Chile
Situação reforça necessidade de reformular carreiras e adequar efetivo
Foto: Agência Brasil
Em meio ao debate sobre a reforma administrativa, que se encontra parada no Congresso, os especialistas destacam a necessidade latente de reformular as carreiras existentes, adequar o efetivo às mudanças no mercado de trabalho e aprimorar a avaliação de desempenho no Brasil. Isso ocorre principalmente devido ao país ter um número reduzido de servidores públicos em comparação com outros países. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.
Dos 91 milhões de trabalhadores brasileiros, cerca de 11,3 milhões estão empregados no setor público, representando 12,45% do total. Essa proporção é semelhante à do México, onde 12,24% dos trabalhadores trabalham no serviço público. No entanto, o número de servidores públicos no Brasil é menor do que nos Estados Unidos, país conhecido por defender a iniciativa privada, onde 13,55% dos trabalhadores estão no setor público.
Além disso, o vizinho Chile possui uma fatia maior de servidores, com 13,10% da força de trabalho ocupando cargos no serviço público, apesar das reformas liberais que reduziram o peso do Estado no país.
Em entrevista ao jornal, o pesquisador Félix Lopez, um dos coordenadores do Atlas do Estado Brasileiro, destacou a importância de considerar as políticas públicas de cada país. "O Brasil é ambicioso em suas políticas de universalização de saúde e educação, o que demanda mais gente. Ainda assim está no nível intermediário na comparação internacional", explicou.
Os dados também provam que o efetivo brasileiro está significativamente atrás das nações europeias que optam pelo Estado de bem-estar social. Na Noruega, os servidores representam 30,22% dos trabalhadores, enquanto na Suécia, esse percentual é de 29,28%.