Brasil tenta surpreender uma forte e favorita França

O Brasil pode ser um visitante bastante indigesto no duela contra a anfitriã França neste domingo (23), às 16 horas, pela oitavas de final da Copa do Mundo Feminina. Uma vitória pode tirar as donas da casa do torneio de forma precoce. Para isso, a equipe brasileira terá que suar e muito a camisa para seguir na competição.

As francesas venceram todos os jogos na primeira fase, marcaram sete gols e sofreram apenas um. O favoritismo é inevitável. Dos últimos 17 jogos, perdeu somente um. Diante do excelente desempenho, a Fifa qualificou a seleção com a quarta no ranking de melhor do futebol feminino. A estrutura de preparação pro futebol feminino é completamente diferente se comparado ao Brasil. A base do time é formada pelo Lyon, seis vezes campeão da Liga dos Campeões.

O time conta com apoio da Federação Francesa, que investe em programas especiais que incentivam a formação de novas atletas através de divisões de base, há dez anos. Os frutos começaram a ser colhidos em 2011, com um quarto lugar no Mundial. Através desse programa, foi possível criar competições como a “Ligue 1”, com um bom nível técnico entre os participantes. Algo ainda distante da realidade brasileira.

A França, inclusive, já notou que o setor defensivo brasileiro é um dos pontos a ser explorado, já que o time de Marta foi vazado três vezes contra a Austrália, quando vencia por 2 a 0 e tinha o jogo em mãos.

Pregando um discurso de respeito ao Brasil, principalmente por conta das talentosas Marta e Cristiane, que atuam ou já atuaram no país por alguns anos e construíram história nas equipes locais, as francesas preferem não manifestar a evidente vantagem de jogar em casa ao lado do seu torcedor, além da superioridade técnica.

Tentativa de quebrar tabu

Para seguir com chances de conquistar o inédito título, a Seleção terá que quebrar um tabu histórico. O Brasil nunca venceu a França na categoria profissional do futebol feminino. Desde 2003, foram disputados sete jogos, com cinco vitórias das francesas e três empates. A chance da primeira vitória será nas oitavas de final. Tarefa e tanto para a equipe de Vadão, que precisará ir na garra e no talento para avançar às quartas.