Brasileira revela acordo de retorno voluntário do Reino Unido e conta que ganhou R$ 22 mil do governo britânico
O jornal britânico "The Guardian" afirmou que mais de 600 brasileiros foram deportados do Reino Unido
Foto: Reprodução/Fernando Frazão/Agência Brasil
Uma brasileira revelou ter fechado um acordo com o governo do Reino Unido e recebeu 3 mil libras (cerca de R$ 22 mil) para retornar voluntariamente ao Brasil, em um voo comercial e não poderá retornar ao país britânico por ao menos cinco anos.
Ana Claudia Morais, natural de São Simão, município em Goiás, foi para Londres em abril de 2021 para trabalhar e conseguir melhores condições financeiras para construir uma casa no Brasil. A mulher trabalhou por três anos como faxineira e decidiu voltar após descobrir uma gravidez.
Ela ficou sabendo que um centro de assistência a brasileiros em Londres estavam atuando com uma ação de retorno voluntário, que cede passagens e uma assistência para os deportados. A mulher contou que solicitou o suporte em 30 de julho e conseguiu a passagem para 11 de setembro.
A mulher recebeu o dinheiro, ingressou no sistema de imigração do Reino Unido e foi informada que não poderia retornar ao país em um período mínimo de cinco anos. Ela também foi instruída a sacar o dinheiro o mais rápido possível, assim que chegasse no Brasil.
O jornal britânico "The Guardian" afirmou que mais de 600 brasileiros, incluindo 109 crianças, foram deportados do Reino Unido em três voos secretos do governo, entre agosto e setembro deste ano. De acordo com o Ministério do Interior britânico, a ação faz parte do Programa de Retorno Voluntário (VRS).
O governo britânico informou ao "The Guardian" que a medida e uma ação de intensificação as medidas contra a imigração ilegal. Três voos foram relatados pelo jornal britânico, em um período de menos de dois meses.
Em 9 de agosto foram deportadas 205 pessoas, entre elas 43 crianças; em 23 de agosto, 206 foram deportadas, incluindo 30 crianças; e em 26 de setembro, foram deportadas 218 pessoas, 36 delas crianças.
O jornal ainda relatou que todas as crianças deportadas fizeram parte do processo com as famílias.