Bruno chegou a revidar após primeiro tiro, mas arma não foi encontrada, afirma PF
Relatos colhidos indicam que o indigenista chegou a realizar cinco disparos após ser atingido pelo primeiro tiro
Foto: Reprodução/TV Globo
O superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Eduardo Fontes, disse na terça-feira (21), que relatos colhidos nas investigações indicam que o indigenista Bruno Pereira chegou a realizar cinco disparos após ser atingido pelo primeiro tiro. As informações foram passadas durante entrevista à radio Gaúcha, de Porto Alegre.
De acordo com Fontes, a partir do momento em que Bruno recebeu o segundo disparo, a lancha em que viajava com Dom ficou desgovernada e, dessa forma, a pistola de Bruno possivelmente caiu no rio. "Quando leva o segundo tiro, a embarcação se perde. Ele avança no barranco com muita força e nesse momento, provavelmente, a arma foi para o rio, porque ela não foi encontrada", afirmou.
"As armas [dos executores] foram jogadas ao rio, segundo eles [suspeitos]. E o Bruno também tinha uma pistola, a vítima tinha porte de armas. Ela chegou a disparar, segundo eles, cinco vezes em direção a eles depois que ele [Bruno] leva o primeiro tiro", acrescentou.
De acordo com o delegado, as informações foram colhidas nos depoimentos de suspeitos de participação no crime. No entanto, não foram detalhados os suspeitos que fizeram esse relato, mas a PF já informou antes que Amarildo Oliveira, conhecido como Pelado, contou que Bruno respondeu aos disparos.
Bruno e o jornalista britânico Dom Phillips foram mortos na região do Vale do Javari (AM), num crime que jogou pressão sobre o governo federal por evidenciar o cenário de conflito ambiental na Amazônia e de insegurança de lideranças que atuam na defesa de indígenas.