Buraco gigante no deserto do Chile não para de crescer e intriga autoridades
Investigações apontam que o buraco apareceu numa região chamada de Tierra Amarilla, a cerca de 665 quilômetros de Santiago

Foto: Divulgação/Sernageomin
Um buraco gigante que apareceu no fim de julho no deserto do Atacama, no Chile, está sendo investigado por autoridades locais desde o dia 1º de agosto. De acordo com os agentes, o buraco, que de início tinha 25 metros de diâmetro, não para de crescer. Na sexta-feira (26), Gabriel Boric, presidente do Chile, visitou o local para acompanhar o caso.
Segundo as investigações, o buraco apareceu numa região chamada de Tierra Amarilla, há cerca de 665 quilômetros ao norte da capital Santiago. A localização tem minas de cobre e é explorada majoritariamente pela empresa canadense Lundin Mining LUN.TO, que detém 80% da propriedade. O restante é controlado pelas japonesas Sumitomo Metal Mining e Sumitomo Corp.
Até o momento, são se sabe como o buraco surgiu, mas o prefeito de Tierra Amarilla, Cristobal Zúñiga, disse à mídia local que trata-se de uma consequência das atividades extrativistas inconscientes e desmedidas que são realizadas na área.
Embora o governo tenha acusado a Lundin de ser responsável pelo ocorrido por meio da superexploração do local, um executivo sênior da empresa afirmou à agência Reuters que são necessários mais estudos para determinar a origem da cratera.
O Serviço Nacional de Geologia e Mineração (Sernageomin) informou que tomou conhecimento do incidente no dia 30 de julho. Inicialmente, autoridades afirmaram que o buraco tinha 25 metros de diâmetro. Agora, fala-se em 50 metros de diâmetro. A distância até o fundo é de quase 200 metros.
A Sernageomin anunciou o fechamento de áreas desde a entrada do canteiro de obras da mina de Alcaparrosa, localizada próximo ao buraco, como medida de reparação. Zúñiga, o prefeito de Tierra Amarilla, disse que o município solicitou que estudos sejam concluídos o mais rápido possível para que a população não fique em risco.
Boric, o presidente do Chile, também cobrou investigações durante visita ao local e ressaltou ser necessário agir rápido. "O buraco é a ponta do iceberg de uma série de problemas que afetam a Tierra Amarilla. [...] Este é um modelo de desenvolvimento que não tem sido benéfico para a comunidade e isso deve mudar".
Riscos
Tanto o governo quanto a Lundin Mining LUN.TO disseram que até agora nenhum perigo foi detectado na cidade de Tierra Amarilla. As operações na mina foram suspensas desde que o buraco foi identificado.