Busca por 'maconha' no Google atinge pico após descriminalização
Na última semana, o STF definiu quantia para diferenciar usuário de traficante
Foto: Sumaia Villela/Agência Brasil
Após a maioria do Supremo Tribunal Federal (STF) decidir a favor da descriminalização do porte de maconha para uso pessoal e por definir uma quantia para diferenciar usuário de traficante, as buscas na internet pela palavra "maconha" no Brasil atingiram pico.
Dados do Google Trends mostram que, nos últimos cinco anos, o mês de junho foi o que mais teve pesquisas pela droga no país. Por aqui também cresceu o interesse por legislação da Cannabis.
"Maconha foi legalizada?" está entre as dúvidas que mais cresceram relacionadas à droga no Trends nos últimos sete dias.
Veja as perguntas feitas no site de buscas Google sobre a droga com maior crescimento na última semana:
MACONHA FOI LEGALIZADA?
O porte da droga continua sendo ilícito e uso de maconha não foi legalizado no Brasil.
Existe uma diferença entre legalizar e descriminalizar. Enquanto o primeiro seria que a conduta deixa de ser ilícita e passa a ser regulada por lei, no outro, a pessoa não mais será submetida a um processo criminal, mas sim autuada por uma infração administrativa, podendo sofrer uma advertência ou ter que se submeter a cursos.
QUANTO É 40 G DE MACONHA?
Reportagem da Folha testou na prática quantos baseados dá para fazer com 40 gramas e mostrou que, com esse peso, dá 40 cigarrinhos. Se mais finos, podem virar 80, 120 ou até os 133 baseados citados pelos especialistas.
QUANTO PESA UM CIGARRO DE MACONHA?
Um baseado normalmente pesa de 0,3 g a 1 g, segundo especialistas. Tudo depende da espessura desejada e da habilidade do usuário para enrolar, afirma Francisney Nascimento, do Laboratório de Cannabis Medicinal e Ciência Psicodélica da Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana).
QUEM LIBEROU A MACONHA?
A maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu pela descriminalização do porte de maconha para uso pessoal no país. O resultado oficial do julgamento foi proclamado na última quarta pelo presidente da corte, Luís Roberto Barroso.
Ao fim do julgamento, Barroso fez um "esclarecimento ao público e aos parlamentares" sobre o que foi decidido. Ele disse que o Supremo está "estabelecendo uma forma de lidar com um problema que recai sobre o Supremo, que é o hiperencarceramento de jovens primários e de bons antecedentes pelo porte de pequenas quantidades de drogas".