Café brasileiro é extraído de excrementos do pássaro jacu
Produto luxuoso é vendido por R$ 1.118 o quilo no país
Foto: Reprodução/Pixabay
Antes considerado uma praga nas plantações do sudeste do Brasil, o pássaro selvagem jacu agora é o aliado principal na produção de um dos cafés mais caros do mundo. Na fazenda Camocim, localizada no vale bucólico da comunidade de Domingos Martins, Espírito Santo, os pés de café crescem em meio a uma floresta.
"Foi esse sistema agroflorestal que criou as condições necessárias para existir esse café exótico aqui", explicou o proprietário Henrique Sloper, adepto da agricultura biodinâmica, sem produtos químicos, durante entrevista à AFP.
Atualmente, o café extraído de excrementos do pássaro jacu é vendido por R$ 1.118 o quilo no Brasil, e ainda mais caro no exterior, em lojas de luxo como a britânica Harrods.
Jacu aliado
O jacu, nativo de outras partes da América do Sul, nem sempre foi bem-vindo na fazenda Camocim, inicialmente visto como uma praga que ameaçava as colheitas. A transformação do jacu de inimigo a aliado veio após o proprietário ter conhecido o café "Kopi Luwak" na Indonésia, feito com excrementos de civeta.
O "Kopi Luwak" enfrenta controvérsias devido a denúncias de maus-tratos a civetas em cativeiro, enquanto o jacu brasileiro cresce em liberdade.