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Calor extremo afeta produção do café no Brasil, eleva preço e baixa qualidade do grão

Segundo produtores, o excesso de calor impede o pleno desenvolvimento das plantas

Por Da Redação
Ás

Calor extremo afeta produção do café no Brasil, eleva preço e baixa qualidade do grão

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Brasil, um dos maiores produtores de grãos do mundo, enfrenta um desafio causado pelas altas temperaturas que têm impactado diretamente a produção agrícola. O calor extremo registrado nas últimas semanas reduziu a produtividade das lavouras e afetou a qualidade dos grãos, provocando um aumento nos preços. As informações são do g1 Agro.

Comparada com os níveis pré-industriais, a temperatura do planeta já subiu cerca de 1°C, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU).

A previsão é de que, entre 2030 e 2050, o aquecimento será de mais 1,5°C. Parece, pouco, mas não é. Para o café arábica, o mais produzido no Brasil, que aguenta uma temperatura entre 18°C e 22°C, o impacto pode ser devastador.

Especialistas ouvidos pela reportagem explicam que o excesso de calor impede o pleno desenvolvimento das plantas, prejudicando o enchimento dos grãos. Além disso, fatores como escassez hídrica e sol intenso danificam as lavouras, levando à perda de parte da safra.  

A redução na quantidade produzida também resulta em grãos de qualidade inferior, o que pode comprometer tanto o mercado interno quanto as exportações. 

Os consumidores também terão impacto no bolso. Atualmente, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (FDA), mais de 9 milhões de toneladas de café são consumidas por ano. 

Em 20 anos, esse número cresceu mais de 50% e deve continuar subindo, principalmente considerando que a população mundial pode aumentar em 9,9 bilhões de pessoas até 2054.

Com mais gente bebendo café e menos área para que o grão seja produzido, a expectativa é de que o preço do alimento fique mais caro, o que pode limitar o acesso à bebida futuramente. 

"O futuro chegou aqui. Não está lá. Já está aqui. Então, as mudanças climáticas já são uma realidade, não adianta querer lutar com elas sem estar preparado, que a gente não vai ganhar. Isso já é uma realidade, nós temos que começar a pensar na sobrevivência", diz Francisco Sérgio Lange, cofundador da Aprod [Associação dos Cafeicultores de Montanha de Divinolândia].

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