Capitão de Grupo de Combate ao Crime Organizado é preso em flagrante ao receber propina

Na tarde deste sábado (28), policiais do GAEC (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do núcleo de Curitiba-PR, prenderam em flagrante um capitão da Polícia Militar do Paraná, lotado na cidade de Foz do Iguaçu, em decorrência de um crime de corrupção passiva, ao receber propina. 

Segundo dados apresentados pelo denunciante ao Ministério Público de Foz do Iguaçu, um encontro foi marcado pelo policial através mensagens, na qual era exigida uma grande soma em dinheiro para não prender o denunciante. 

As investigações da GAECO apontaram preliminarmente o interlocutor das mensagens como sendo o Capitão Elias Wanderlei Marinho, oficial do GAECO de Foz do Iguaçu. Após a identificação do suspeito, foi iniciada uma investigação interna para apurar o crime. 

O encontro foi marcado para a tarde deste sábado (28), dentro do carro particular do policial militar, onde foram entregues R$ 20.150,00 de propina ao capitão. O valor total da propina seria de R$ 100.000,00, que seria entregue em outro momento. Ao antecipar o encontro, o Ministério Público marcou e fotocopiou as cédulas do dinheiro que foi entregue ao policial.

Logo após o encontro o capitão Elias Marinho foi abordado por policiais do GAECO, no perímetro urbano de Curitiba, e com ele foram encontradas a mesmas notas previamente marcadas e fotocopiadas. Foi dada então a voz de prisão ao oficial, que algemado, foi encaminhado a sede do GAECO de Curitiba, para os tramites da confecção do flagrante delito.

Confira o Boletim de Ocorrência:

BOLETIM
BO: 1501115 / 2019
NATUREZAS
CORRUPCAO PASSIVA / CRIME MILITAR - CORRUPCAO PASSIVA
Data/Hora Registro: 1577560500000
Endereço: RUA PROFESSOR PEDRO VIRIATO PARIGOT DE SOUZA - 600
Município: CURITIBA
Bairro: CAMPINA DO SIQUEIRA
Envolvidos
ELIAS WANDERLEI MARINHO
DESCRIÇÃO SUMÁRIA: EQUIPE POLICIAL DO GAECO NÚCLEO CURITIBA FOI SOLICITADA PARA DAR ATENDIMENTO A UMA provável solicitação de dinheiro QUE EM TESE ESTARIA SENDO PRATICADA POR AGENTE DO GAECO. DENUNCIANTE PRESTOU DEPOIMENTO NO MINISTÉRIO PÚBLICO DE FOZ DO IGUAÇU E TAMBÉM APRESENTOU MENSAGENS QUE DAVAM A ENTENDER QUE HAVERIA UM ENCONTRO ENTRE AMBOS E NO NOME DO CONTATO DAS MENSAGENS CONSTAVA ?ELIAS GAECO FOZ?. AO VERIFICAR CONTATO FOI POSSÍVEL ATRIBUIR PRELIMINARMENTE O INTERLOCUTOR DAS MENSAGENS COMO SENDO O CAP QOPM ELIAS WANDERLEI MARINHO. A PARTIR DESSE MOMENTO FORAM ENCETADAS DILIGENCIAS PARA VERIFICAR O PARADEIRO DO MESMO. NESTA DATA POR VOLTA DE 14H50MIN INFORMADO DE QUE O SR RENATO EFETUARIA PAGAMENTO DE CERTA QUANTIA EM ESPÉCIE AO REFERIDO MILITAR A TÍTULO DE QUE NÃO FOSSE INICIADA UMA INVESTIGAÇÃO CONTRA A VÍTIMA (SR. RENATO). NA NARRATIVA DO SR RENATO O MESMO TERIA SIDO ABORDADO PELO OFICIAL EM FOZ DO IGUAÇU EM DATA ANTERIOR, ONDE TERIA SIDO SOLICITADO UMA QUANTIA DE R$ 100,000,00 (CEM MIL REAIS). HOUVE UM ENCONTRO ENTRE AMBOS, TAMBÉM NARRADO PELO SR RENATO, NO FINAL DE NOVEMBRO, ONDE FICOU ACORDADO QUE ENTREGARIA NUM PRIMEIRO MOMENTO UMA QUANTIA PARCIAL DE APROXIMADAMENTE R$ 30,000,00 (TRINTA MIL REAIS). NESTA DATA O SR RENATO FEZ A ENTREGA DE APROXIMADAMENTE R$ 20, 150,00 (VINTE MIL, CENTO E CINQUENTA REAIS) AO POLICIAL MILITAR CAP ELIAS DENTRO DO VEÍCULO JEEP RENEGADE DE PLACAS BBX4A02 DE SUA PROPRIEDADE, IMPORTANTE CITAR QUE AS CÉDULAS FORAM PREVIAMENTE COPIADAS E RUBRICADAS PELA VITIMA. FOI EFETUADA A ABORDAGEM AO CAP NO LOCAL COMBINADO PARA ENTREGA DO VALOR, ONDE FOI ENCONTRADO O DINHEIRO RELACIONADO NO B.O. DE POSSE DO POLICIAL. EM RÁPIDA INSPEÇÃO FOI POSSÍVEL CONFERIR AS CÉDULAS QUE CONFORME RELATADO JÁ HAVIAM SIDO PREVIAMENTE COPIADAS DE POSSE DO CAP MARINHO. LIDO SEUS DIREITOS E GARANTIAS CONSTITUCIONAIS, CIENTIFICADO DO MOTIVO E DOS AUTORES DE SUA PRISÃO E CONDUZIDO ALGEMADO NO BANCO TRASEIRO DA VIATURA DESCARACTERIZADA EM USO NESTE GAECO PARA AS PROVIDENCIAS DE PRAXE. DURANTE A CONFECÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO FOI RETIRADA A ALGEMA E EFETUADA A BUSCA PESSOAL, FORAM RETIRADO OS CADARÇOS DOS TÊNIS E COLOCADO NO INTERIOR DA CELA TRANSITÓRIA QUE POSSUI UM BANHEIRO. DURANTE OS TRABALHOS FOI NOTADO UM SOM ESTRANHO SEMELHANTE A FALTA DE AR, VERBALIZADO PARA QUE ABRISSE A PORTA FOI POSSÍVEL VISUALIZAR O MESMO EM PÉ NO VASO SANITÁRIO COM A CAMISETA ENROLADA NO PESCOÇO. IMEDIATAMENTE REMOVIDO DA CELA FOI COLADO EM OUTRA SEM BANHEIRO COM SOMENTE UMA CADEIRA, NOVAMENTE TIROU A CAMISETA E TENTOU ENROLAR NO PESCOÇO MOMENTO EM QUE FOI RETIRADO A CAMISETA E PERMANECEU SOB OBSERVAÇÃO NO INTERIOR DA CELA ATÉ A APRESENTAÇÃO PARA AUTORIDADE POLICIAL.