Carlos França afirma ter visto com "certa estranheza" participação de observadores da UE nas eleições
Ministro aponta que a União Europeia "não costumar desdobrar missões eleitorais" nos pleitos de membros
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Em Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, nessa quarta-feira (18), o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, afirmou estranhar a participação da União Europeia nas eleições de um país que não é membro do Bloco.
“Vi com certa estranheza porque acho difícil que possamos ter como observador eleitoral no Brasil uma organização da qual nós não fazemos parte. Isso envolve, claro, a nossa participação. O segundo ponto é o fato de que a União Europeia não costumar desdobrar missões eleitorais para as eleições dos seus próprios membros,” afirmou o ministro.
Além disso, França também emitiu uma nota de posicionamento ao Tribunal Superior Eleitoral a respeito da possibilidade. Nesta, o ministro afirmou ter conhecimento do desejo do TSE, mas que acredita que há outras organizações que poderiam participar também dessa observação eleitoral.
“Nesse momento, eu fiz uma ponderação e acho que foi acatada, porque há outras organizações também, por exemplo o próprio ParlaSul, eu vejo isso tudo com muita naturalidade. O Carter Center, por exemplo, faz um trabalho excelente”, afirmou, citando a organização não governamental criada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter.
O ministro pontuou também que uma aproximação com a União Europeia pode avançar, mas como o Brasil não teria a possibilidade de compor o membro, o recuo da participação não traz problemas.
“Eu não acho que nós tenhamos causado um problema com a União Europeia. Eu penso que eles entenderam. Podemos ter o acordo Mercosul-União Europeia, podemos, sim, trabalhar com a OEA e com outros organismos”, concluiu.
Mais cedo, o ministro Edson Fachin, presidente do TSE, citou que convidou todos os organismos e centros especializados internacionais relevantes para atuarem como observadores nas eleições deste ano. Estes são: a Organização dos Estados Americanos (OEA); o Parlamento do Mercosul; a Rede Eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP); a União Interamericana de Organismos Eleitorais (UNIORE); o Centro Carter; a Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais (IFES); e a Rede Mundial de Justiça Eleitoral.