Carnaval de Salvador: violações de Direitos Humanos caem mais de 50% em 2025

O Carnaval de Salvador 2025 registrou uma redução significativa no número de ocorrências relacionadas às vulnerabilidades sociais e violações de direitos humanos. Segundo dados da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, foram contabilizados 961 atendimentos, uma queda de aproximadamente 55,8% em relação ao ano anterior, que somou 2.173 registros.

A superintendente de Direitos Humanos, Tricia Calmon, destacou o trabalho conjunto realizado por diversas instituições no terceiro ano do Plantão Integrado de Direitos Humanos. “Esse ano nós construímos o terceiro ano de um plantão integrado, onde a gente pôde estar dialogando com pelo menos 30 órgãos, fazer atendimentos, identificação de casos de violações dos diversos públicos, pessoas com deficiência, trabalhadores que estão no campo do Carnaval, público LGBT, pessoas idosas, todas essas pessoas procuraram os órgãos e a gente pôde monitorar alguns números”, afirmou.

Entre os grupos mais vulneráveis, crianças e adolescentes representaram 71% dos casos registrados (683 ocorrências), seguidos por pessoas com deficiência (33 ocorrências, 3,43%), público LGBT (28 ocorrências, 3%) e idosos (23 ocorrências, 2,39%). Pretos e pardos somaram 80,12% do total de registros.

De acordo com Tricia Calmon, a redução de casos de trabalho infantil foi um dos destaques deste ano. "Verificamos bastante redução em ocorrências, por exemplo, do trabalho infantil, que é algo ainda muito marcante presente em festas dessa natureza, mas no caso do Carnaval de Salvador, em relação ao checado nos últimos Carnavais, nós vimos uma redução bastante significativa", garantiu em entrevista coletiva. 

Apesar das reduções, que demonstram avanço, Calmon reforça que ainda existem desafios na garantia dos direitos humanos durante o Carnaval. “Então, todos os números apresentaram alguma redução, e isso para nós é muito importante, mas uma festa como essa precisa ver direitos humanos, precisa ver acessibilidade, precisa ver dignidade no trabalho, e por isso ainda é um desafio e o poder público está se desafiando em fazer esses acolhimentos, esses atendimentos, e se desafiou com investimentos novos nesse Carnaval de 2025 e com tudo que a gente coleta no Plantão Integrado de Direitos Humanos, vai nos possibilitar sinalizar recomendações e novas formulações para fazer o Carnaval cada vez melhor no próximo ano de 2026”, concluiu.