Cartão de crédito: fim do parcelado sem juros pode frear consumo dos consumidores
BC estuda meios para reduzir as altas taxas de juros no crédito rotativo

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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, está discutindo maneiras de reduzir as altas taxas de juros no crédito rotativo. Ele defende que uma solução para isso seria desestimular o parcelamento sem juros. No entanto, essa medida poderia levar os consumidores a comprar menos.
Os juros rotativos são cobrados dos titulares de cartões de crédito que não quitaram a fatura no vencimento ou pagaram apenas uma parte dela. Em julho, as instituições financeiras chegaram a cobrar taxas de 437,3% ao ano nessa modalidade de empréstimo, contribuindo para uma média de inadimplência em torno de 53%.
O parcelamento em várias prestações sem juros é apontado pelos bancos como um dos principais motivos para o aumento da inadimplência nas faturas. Por essa razão, eles estão pressionando o BC para desencorajar essa modalidade, argumentando que a inadimplência exerce pressão sobre a Selic, a taxa básica de juros, que atualmente está em níveis elevados, em 13,25% ao ano.