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Caso Mariana: sedimentos de lama podem virar matéria-prima para a construção civil

Considerado um dos maiores acidentes ambientais do País, o rompimento da Barragem ocorreu no dia 5 de novembro de 2015

Por Da Redação
Ás

Caso Mariana: sedimentos de lama podem virar matéria-prima para a construção civil

Foto: Reprodução/Willy Ank de Moraes

Após o rompimento da barragem em Mariana, em Minas Gerais, partículas presentes nos rejeitos de mineração estão sendo analisadas e podem virar matéria-prima para a construção civil. 

De acordo com o G1, após quase quatro anos do desastre ambiental, um pesquisador de Guarujá, no litoral de São Paulo, realizou pesquisas sobre os sedimentos encontrados nos rios e enxergou um novo potencial para as partículas químicas que, após o ocorrido, viraram inimigas do meio ambiente.

Considerado um dos maiores acidentes ambientais do País, o rompimento da Barragem do Fundão, da mineradora Samarco, ocorreu no dia 5 de novembro de 2015. O acidente despejou 32,6 milhões de m³ de rejeitos, que foram carregados por cerca de 680 quilômetros de rios e lagos, afetando 39 municípios de Minas Gerais e Espírito Santo, antes de chegar ao Oceano Atlântico.

O engenheiro e professor universitário Willy Ank de Moraes, nascido em Mariana, após o desastre, resolveu voltar à terra natal e iniciar uma pesquisa, junto com estudantes de Engenharia Civil. De acordo com o G, seu objetivo era analisar o material descartado pela barragem e que ainda está presente nos rios e córregos d’água de Mariana e Barra Longa (MG).

A coleta das amostras foi realizada entre os dias 14 e 19 de julho de 2017. Os locais escolhidos foram de acesso relativamente fácil e localizados em um perímetro de até 75 km do marco zero do acidente, em uma extensão de cerca de 100 km ao longo do leito dos cursos d’água.

As amostras foram levadas para o Centro Tecnológico da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), no campus Guarujá. Nelas foram feitas análises físicas de granulometria, morfologia (tamanho e forma dos grãos) desses sedimentos e composição química, para determinar a presença de compostos prejudiciais à saúde e o teor magnético.

Após a análise, foi possível perceber a diferença entre as amostras. Segundo o professor, naquelas amostras coletadas em locais não afetados pelo rompimento da barragem, os sedimentos estão com uma granulometria mais grossa, o que aponta para uma grande quantidade de material fino e de óxidos de ferro oriundos do rejeito. Já as amostras retiradas das regiões atingidas pelo material do rompimento da barragem apresentam granulometria menor e com picos bem localizados.

O pesquisador explica que o material liberado pela barragem produziu arraste mecânico de materiais e sedimentos, o que alterou não apenas a sua granulometria, mas também as suas características físico-químicas.

A razão específica para a diferença entre as amostras ainda será objeto de estudo, bem como suas consequências. O grupo também deve acompanhar, semestralmente, a evolução granulométrica deste material coletado.

Com as informações levantadas, a ideia do pesquisador é executar projetos e ações focados no uso deste material encontrado nas partículas para o desenvolvimento de produtos para a construção civil. Segundo ele, esse material é fino suficiente para se elaborar uma espécie de massa que pode ser aplicada em estruturas de concreto deterioradas.

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