Caso solicite asilo político nos EUA, Eduardo Bolsonaro terá que esclarecer acusações da família
Deputado licenciado também terá que apresentar justificativas de perseguição política no Brasil

Foto: Agência Brasil/Lula Marques
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou recentemente que pode pedir asilo político nos Estados Unidos. Se levar a ideia adiante, terá que apresentar justificativas de perseguição política no Brasil e fornecer o histórico criminal dos familiares, incluindo o do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes ligados à trama golpista.
Eduardo viajou para os EUA em 27 de fevereiro com um visto de turista e disse ter consultado advogados especializados para avaliar as opções de permanecer no país. Próximo ao ex-presidente Donald Trump e à família presidencial, segundo informações do jornal O Globo, ele comunicou à Casa Branca a intenção de pedir asilo ou um visto de trabalho.
•Eduardo Bolsonaro se licencia e diz que fica nos EUA em luta contra Moraes
•Eduardo Bolsonaro chora com a possibilidade de nunca mais ver o pai
Para formalizar a solicitação, precisará preencher um formulário de 12 páginas do Departamento de Segurança Nacional, detalhando a situação dele. O documento exige que o requerente justifique o pedido com base em pelo menos um dos seis critérios: religião, opiniões políticas, raça, nacionalidade, pertencimento a um grupo social específico ou tratados internacionais sobre tortura.
Um dos pontos mais delicados do formulário exige que o solicitante informe se algum familiar já foi acusado, denunciado, preso ou condenado fora dos EUA. Nesse trecho, Eduardo terá que mencionar o indiciamento de Bolsonaro pela Polícia Federal e a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por crimes como organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e dano qualificado contra patrimônio da União.
O afastamento de Eduardo Bolsonaro foi formalizado no último dia 21 pela Câmara dos Deputados. O parlamentar solicitou uma licença de 120 dias para “assuntos pessoais” e de dois dias para tratamento de saúde não especificado. Com isso, o suplente Missionário José Olímpio (PL) foi convocado para assumir o mandato.